Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de março de 2023
O endereço não poderia ser mais apropriado: no coração de Times Square, onde pulsam os musicais que aceleram batimentos cardíacos de tantos turistas que vão a Nova York (EUA). Aberto desde novembro, o Museum of Broadway (Museu da Broadway) é fruto daquelas ideias que levam a gente a questionar: por que ninguém pensou nisso antes?! Pois as empresárias e produtoras Julie Boardman e Diane Nicolett, experientes no show business, pensaram e levaram adiante. O resultado é um espaço que não apenas reverencia os espetáculos que marcaram (ou estão marcando) época em Nova York, mas também ajuda a contar a própria evolução da produção e encenação teatral na cidade.
Não é, portanto, um museu apenas para os fãs dos musicais. Mas são estes que vão aproveitar mais, e certamente não se incomodarão de passear pelos corredores labirínticos e abarrotados de informações sobre a cena teatral em Nova York. No final de novembro, com as portas recém-abertas, era até difícil caminhar pelos ambientes de exposição, tal a quantidade de gente querendo conhecer a novidade – e tirar fotos em meio a cartazes, livretos, fotos, figurinos, adereços e cenários para postar nas redes sociais. E a ideia é mesmo esta: levar o visitante a mergulhar no mundo dos espetáculos musicais, em todos os seus detalhes, dos bastidores às performances que reluzem nos palcos. São quatro andares, abrigando mais de mil itens (e contando…) no número 145 da West 45th Street, pertinho do Lyceum Theater.
Há espaços interativos, mas não pense nos museus high tech que são sensação hoje em dia. O Museum of Broadway tem um certo clima retrô, dos objetos em exposição à cenografia. A organização é cronológica, começando com o despertar dos teatros na cidade, em meados do século XVIII, e sua migração de lugares como Union Square e Herald Square para a Times Square moderna e feérica como conhecemos hoje. O próximo ato é uma espécie de linha do tempo, mostrando a evolução dos espetáculos musicais, das mais antigas às mais recentes, como “The Ziegfeld Follies”, “Oklahoma!”, “O Mágico de Oz” e “Rent”. E, last but not least, vem o making of das peças teatrais, com o devido crédito a produtores, cenógrafos, diretores, atores e toda a longa lista de profissionais envolvidos em produções deste tipo.
Raridades em exibição
Entre os itens que são tesouros do acervo – apontados pelo jornal The New York Times como boas razões para conhecer esta novidade em Nova York –, estão a peruca usada por Patti LuPone no espetáculo “Evita”, em 1979; uma jaqueta usada por Don Grilley em “West Side Story” (segundo o NYT, ela ficou pendurada por décadas dentro de um armário e foi doada ao museu pela mulher do ator, morto em 2017); um traje que a ainda desconhecida Meryl Streep, então estreante na Broadway, usou em “Trelawny of the Wells”, em 1975; e os primeiros bonecos usados em “Q Avenue”, lá nos idos de 2003, quando ainda era um espetáculo de baixo orçamento.
O museu estava previsto para ser inaugurado em 2020, mas a pandemia mudou os planos. Desde que começou a receber visitantes, virou endereço cobiçado por fãs entusiasmados dos musicais, aqueles que sabem de cor todas as canções, todos os figurinos, todos os atores de um determinado espetáculo. Eles são facilmente reconhecíveis, tirando foto de tudo e posando com olhos brilhando ao lado de figurinos, fotos de elenco, cartazes e toda a espécie de memorabilia disponível sobre determinada peça. Chega a emocionar.
O ingresso custa a partir de US$ 39, e uma parte do valor de cada bilhete é doada à Broadway Cares/Equity Fights Aids, entidade sem fins lucrativos que levanta fundos para causas relacionadas à aids. As informações são do jornal O Globo.