Inaugura nesta terça-feira (11), das 18h30 às 21h, no Museu de Arte do Paço (Praça Montevidéu, 10 – Centro Histórico) a exposição Homo Machina Reloaded, de Paulo Favalli. A mostra apresenta um conceito totalmente ampliado, mais profundo e com novas abordagens criativas a respeito das pesquisas anteriores do artista. Traz uma reflexão crítica sobre a relação entre o ser humano e a tecnologia, através de uma linguagem artística ainda mais complexa e imersiva. A visitação vai de 12 de março a 10 de maio, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. A entrada é franca.
A principal inovação de Homo Machina Reloaded é o desenvolvimento de um olhar mais antropológico e ambiental sobre os temas de Favalli, focando na interação entre a humanidade e as tecnologias que, ao longo da história, definiram sua evolução. Enquanto a modelagem anatômica permanece como base de sua obra, pano de fundo, o destaque agora está nas questões que envolvem o impacto da tecnologia na sociedade e no meio ambiente. Homo Machina Reloaded tem a curadoria de José Francisco Alves, membro da Associação Internacional de Críticos de Arte (Aica).
Segundo Favalli, diferente da primeira exposição Homo Machina (2019), onde a tecnologia aparecia de forma alegórica, como complemento, desta vez ela é mais interativa e intrínseca à composição das esculturas. Displays com mensagens, sons e computadores funcionais fazem parte das esculturas, criando uma experiência imersiva para o público, que será desafiado a refletir sobre as implicações das inovações tecnológicas em nosso futuro. De acordo com o curador, José Francisco Alves, o artista esboça as peças por meio de desenhos, a ponto de o conceito estar pronto para a modelagem da figura humana em barro, plastilina ou similar, com vistas a serem vertidas ao bronze.
Artista
Escultor e cirurgião plástico. Paulo Favalli é um curioso e apaixonado por anatomia humana mesmo antes de cursar medicina e produziu e publicou trabalhos como ilustrador médico ao longo de sua formação. Escolheu a cirurgia plástica por ver que a especialidade ainda recorre a muitos recursos artesanais e criativos no emprego das técnicas cirúrgicas. Atua hoje com ênfase no campo da cirurgia mamária, abrangendo a cirurgia estética e reconstrutiva.
Em 2008, buscando expandir seu domínio sobre o tridimensional, realizou sua primeira escultura em bronze. Favalli construiu sua linguagem artística a partir da modelagem figurativa em argila ou plastilina, embasado em seus conhecimentos de anatomia, bem como da apropriação de peças elétricas e mecânicas de garimpo.
O resultado são esculturas híbridas, que remetem ao clássico conceito homem-máquina, fortemente influenciadas pela ficção científica. Nos últimos anos, principalmente após uma vivência imersiva, sob a orientação de dois dos grandes escultores da atualidade, Eudald de Juana e GrzegorzGwiazda, Favalli buscou ampliar fronteiras em seu trabalho.
O realismo passou a se sobressair à anatomia, antes explícita, e o emprego de computadores programados, que funcionam de verdade, traz agora a experiência interativa entre observador e algumas esculturas. Nesta nova jornada, Favalli viu a necessidade de se expressar também através da cerâmica, material tão milenar quanto o bronze e que ele apresenta lado a lado às obras de metal fundido.