Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2023
Um museu de Barcelona abriu suas portas aos nudistas no sábado, realizando um tour especial durante o qual os visitantes puderam tirar as roupas. O Museu de Arqueologia da Catalunha organizou um passeio de 90 minutos em colaboração com o Clube Catalão de Naturismo.
Os visitantes viram a exposição Bronzes of Riace com fotografias de Luigi Spina retratando duas grandes estátuas gregas de bronze de guerreiros nus do século V antes de Cristo, que foram descobertas em 1972 perto de Riace, Itália.
“Queríamos fazer uma visita mais colorida e não a típica visita guiada”, disse o guia Edgard, que também ficou sem roupa. “Queríamos que as pessoas que viessem ver sentissem exatamente como o trabalho que estavam vendo.”
O site do museu prometia aos visitantes a oportunidade de “admirar as obras posando na mesma situação em que estão, completamente nus e rodeados de outros corpos”.
“(Sinto) a mesma intensidade de observá-lo vestido, mas com a diferença de que podemos entender melhor que a nudez sempre existiu e que os corpos não deveriam ser motivo de vergonha para ninguém”, disse a profissional de saúde Marta, 59 anos, que estava visitando a exposição.
Museu da Arte Proibida
O Museu da Arte Proibida em Barcelona foi inaugurado no último dia 26. O novo espaço museológico coloca a censura em causa, e irá mostrar obras de grandes artistas internacionais que foram reprovadas ou atacadas.
As criações exibidas no museu “foram proibidas ou denunciadas por motivos políticos, sociais ou religiosos”. O portfólio inclui mais de 200 obras de figuras como Picasso, Ai Weiwei, Goya, Banksy ou Klimt. Entre os formatos podemos encontrar pinturas, esculturas, fotografias, instalações, gravuras e peças audiovisuais.
O objetivo é “abordar a repressão na arte a partir de diversas perspetivas: desde a comercial, religiosa, política, a própria autocensura”. O jornalista e empresário, Tatxo Benet, iniciou a coleção há cinco anos e vai financiar pessoalmente o projeto. “Este é o único espaço do mundo dedicado a trabalhos reprimidos”, explicou, citado pelo “The Guardian”.
“Há obras que talvez não tenham grande mérito artístico, no entanto, pela sua história, merecem um lugar no museu. É isso que estes trabalhos têm em comum, mostram que a censura falhou. Aqui é possível vê-las. É um triunfo da liberdade de expressão”, argumentou.
Para além dos artistas de maior renome, existe, por exemplo, uma coleção de desenhos de ex-prisioneiros da Baía de Guantánamo. O jornal inglês recordou o caso de uma exposição de detidos na prisão de alta segurança dos EUA, que esteve exposta, no John Jay College of Criminal Justice, em Nova Iorque, em 2017.
Na altura, um membro do Conselho do Memorial e Museu do 11 de Setembro descreveu-a como uma “farsa”. Apesar de exposição ter continuado, o governo dos Estados Unidos decretou que a partir de então, a arte de detido de Guantánamo teria de ser destruída após a sua libertação.
“Embora não tenham grande mérito artístico, têm uma história importante”, explico Benet. “Exibi-los aqui significa que eles foram, de facto, libertados”.