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Colunistas Museu do PT, digo, da democracia

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O governo federal anunciou a intenção de criar o Museu da Democracia. E do que, mesmo, se trata o museu? Há um conjunto de temas – projetos de memória – que desde já estão mapeados para o “acervo”, se assim podemos chamar.

Um braço importante do novo museu é o “Museu da Lava-Jato”, que de pronto diz a que vem -– uma iniciativa que começou como uma espécie de “Operações de Mãos Limpas” contra a corrupção, mas que se transformou num “escândalo internacional” e um instrumento de “perseguição à esquerda’, principalmente o PT.

A declaração de Lula esta semana certamente será lembrada com destaque no museu – a Lava-Jato foi um conluio de procuradores e juízes brasileiros com o Departamento de Estado, para barrar o nosso crescimento e da Petrobras, tudo por causa dos altos interesses americanos no Brasil.

Quem olha de perto a Lava jato, e com olhar isento, certamente concordará que a operação se perdeu em ações atrabiliárias e ilegalidades, que contaminaram o escopo original. Mas esse defeito – de ser apenas uma ação que visava apenas a esquerda e o PT – ela não carrega, até porque alcançou políticos e chefões de partidos como o MDB e PP, que não nada têm a ver com esquerda.

No Museu de Democracia do PT as ações dos sindicatos e do MST são mais importantes e ocupam espaço maior do que avanços institucionais, aqueles que são promovidos por outras forças políticas, ou em conjunto com elas, e pela sociedade. O Plano Real – reconhecem – debelou a inflação, mas “o país pagou um preço alto por ele” (?) . FHC intimidou os trabalhadores que se mobilizaram contra as privatizações. O que me vem à lembrança é a foto famosa do “trabalhador” dando um chute do traseiro de algum operador privatizante e as arruaças que se fizeram, ao redor dos ambientes da privatização.

E “last but not least”, com a eleição de Lula em 2022, “o Brasil se reencontrou”. Tudo isso – podem acreditar – é material do futuro museu, no critério dos curadores já indicados, entre os quais Tarso Genro, Dilma Rousseff e Manuela d’Avila…

Nos termos e nos temas já adiantados, o museu bem que poderia ser um daqueles programas do horário gratuito de televisão do PT. E quem vai pagar a conta do Museu, uma vez que isso custa muito dinheiro? Nada haveria a opor se fosse o PT. Afinal, a memória que se quer preservar é a do partido, dos seus filiados e simpatizantes. Mas são recursos públicos a bancar a patriotada. Valor estimado: R$ 40 milhões de reais.

É comum no PT a confusão entre privado e o público – se nós (do PT) somos os depositários das mais altas virtudes cívicas, que mal existe no fato de serem exaltadas com recursos que pertencem à totalidade dos brasileiros?

As distintas autoridades museológicas do governo deveriam ler o artigo do jornalista Leonêncio Nossa no Estadão. Ele informa que em Brasília já existe o Panteão da Liberdade, desde 1985, na Praça dos Três Poderes. E exatamente para o fim de mostrar a luta do povo brasileiro pela democracia desde os inconfidentes. Que tal economizar R$ 40 milhões e destinar um espaço no Panteão para o pretendido Museu?

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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