Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2015
Uma pintura de Picasso apreendida na França chegou nesta terça-feira (11) ao museu Reina Sofia, de Madri. A tela “Cabeça de uma Jovem Mulher”, pintada em 1906 pelo artista e avaliada em mais de 25 milhões de euros (94,3 milhões de reais), foi confiscada por autoridades alfandegárias francesas no mês passado a bordo de um iate no porto de Calvi, na Córsega.
Vista como um tesouro nacional na Espanha, cujo Supremo Tribunal proibiu sua exportação, a obra é alvo de uma batalha judicial há meses.Tanto o quadro quanto a embarcação são de propriedade do bilionário Jaime Botín, que pertence ao clã que controla o Santander durante várias gerações e é irmão do falecido presidente do banco, Emilio Botín.
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Após uma proposta da casa de leilões Christie’s, Jaime Botín tentou levar a obra para Londres, mas foi impedido pela Justiça em maio e recorreu da decisão. Mais tarde, uma tentativa de levar a pintura da Córsega para a Suíça levou as autoridades da França a apreendê-la.
O quadro ficará no Reina Sofia até a situação ser resolvida, mas não será exposto ao público, afirmou o Ministério do Interior.
Integrantes da Polícia Militar da Espanha viajaram à Córsega nesta terça-feira para retirar o quadro. Órgãos culturais espanhóis afirmam que a pintura é uma rara indicação do quanto a arte ibérica antiga influenciou Picasso. O artista espanhol a pintou mais ou menos na época em que visitou em um pequeno vilarejo montanhoso nos Pireneus.
O advogado de Botín, Rafael Mateu de Ros, declarou em um comunicado que a pintura estava sendo mantida em um barco registrado na Grã-Bretanha e, por isso, não deveria estar sob jurisdição das autoridades espanholas. “A pintura foi feita no exterior, foi adquirida no exterior e sempre foi mantida no exterior. A pintura não poderia ter sido exportada [da Espanha], legal ou ilegalmente”, argumentou.