Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2023
Quando a cena começa, o que se vê é uma rua estreita bloqueada por dois carros de polícia com os giroscópios ligados. No centro, entre as viaturas, um utilitário com alguns caixotes na caçamba. Em volta, cinco policiais cercam um homem branco deitado na calçada com as mãos na cabeça. Um dos agentes aponta uma arma para o suspeito. Curiosos observam e fotografam a ação policial. A câmera se movimenta e, aos poucos, revela o quadro completo. Ao fundo, aparece o Sambódromo e o prédio da Central do Brasil. Não há dúvida, estamos no Rio de Janeiro. Só que não a cidade real, mas uma miniatura exposta no museu Miniatur Wunderland (Terra das Maravilhas em Miniatura, em tradução livre do alemão), localizado em Hamburgo, na Alemanha.
O vídeo foi publicado nas redes sociais do parque com a legenda exclamativa em inglês: “Crime scene in Rio de Janeiro!” (“Cena de crime no Rio de Janeiro!”, igualmente em tradução livre). Logo, o perfil, com quase um milhão de seguidores, foi inundado pela polêmica alimentada por brasileiros. Houve quem ficasse indignado, houve quem defendesse o vídeo como fiel representação da realidade.
“Favela pede paz, lazer, cultura… Como disse Sabotage, se a miniatura chama-se favela, no meio do carnaval, por que não fez um baile?”, escreveu uma seguidora. Em inglês, outro seguidor também criticou: “As favelas estão cheias de cultura e pessoas trabalhadoras, reduzi-las a criminalidade e opressão policial é uma vergonha”. Na contramão, outros seguidores comentaram: “A realidade dói, né minha filha?”. Um outro emendou: “Como brasileiro, posso dizer que essa é a pura realidade”.
Houve também quem criticasse a associação de ideias entre favela e crime, mas mesmo assim elogiou o trabalho detalhista de reconstrução da cidade em miniatura. “Desnecessário o tema “crime” favela não é lugar de bandido…é a triste realidade de grande parte do povo brasileiro…abandonado pelos Governos… quanto ao trabalho “minimalista” está incrível!!!”. Em resposta aos a um seguidor, os administradores da conta do parque escreveram: “Não estamos tentando ofender ninguém! Nosso lindo lugar é uma mistura única de paisagens de tirar o fôlego com cenas criativas, engraçadas, realistas e às vezes até provocativas. Mas, contudo, é apenas uma modelagem incrível, em escala” (em tradução livre, do inglês).
O vídeo todo dura apenas 15 segundos. Além da ação policial, do Sambódromo e da torre da Central, é possível ver o que parece ser o teleférico do Alemão. Em outro vídeo, publicado há duas semanas na página do parque, é possível ver mais partes da maquete do Rio, com o Cristo Redentor, praias da Zona Sul, o bondinho de Santa Tereza, o Pão de Açúcar, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), de Niterói, o Theatro Municipal, o Museu Nacional de Belas Artes e outro ângulo da Marques de Sapucaí com direito a escola de samba em ação com carro alegórico e porta-bandeira em plena evolução. Tudo junto, ao som de samba. O “retrato” da cidade em miniatura não respeita exatamente a geografia da cidade, mas a representação de nossos principais cartões postais estão lá.
O ingresso no museu custa cerca de R$ 107 para um adualto e R$ 67 para crianças abaixo de 16 anos (o equivalente, pelo câmbio desta sexta-feira, a 20 12,5 euros, respectivamente). Além do Rio, há minuaturas de Veneza, Miami, Las Vegas e da própria cidade sede da atração, Hamburgo, no norte alemão. O site da atração recomenda reservar pelo menos três horas para visitar tudo com calma.