Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de novembro de 2021
Berthasaura Leopoldinae viveu em um período estimado entre 70 e 80 milhões de anos atrás no Brasil
Foto: Divulgação/Museu NacionalO Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) anunciou nesta quinta-feira (18) a descoberta de uma nova espécie de dinossauro que viveu no Brasil, Berthasaura Leopoldinae.
Segundo especialistas, esse é o fóssil mais completo de um dinossauro do período cretáceo já encontrado no País. A espécie, que viveu em um período estimado entre 70 e 80 milhões de anos atrás, foi batizada em homenagem à pesquisadora brasileira Bertha Lutz, à imperatriz Maria Leopoldina e à escola de samba Imperatriz Leopoldinense.
O réptil, de pequeno porte, possui feições únicas em seu crânio, o que fazem dessa descoberta uma das principais realizadas no campo da paleontologia no Brasil nos últimos anos.
A espécie foi encontrada em um trecho rural no município de Cruzeiro do Oeste, a 530 quilômetros de Curitiba, no Paraná. O local é conhecido como “Cemitério dos Pterossauros”.
Segundo o diretor do Museu Nacional, Alexandre Kellner, que participou das escavações entre 2011 e 2014, o nível de conservação dos fósseis impressionou os paleontólogos.
“Temos restos do crânio e mandíbula, coluna vertebral, cinturas peitoral e pélvica e membros anteriores e posteriores, o que torna “Bertha” um dos dinos mais completos já encontrados no período Cretáceo brasileiro”, afirmou Kellner.
Chamou a atenção dos pesquisadores o fato de a Berthasaura Leopoldinae ser a primeira espécie edêntula (sem dentes) da América do Sul. Por causa disso, surgiram questionamentos sobre como esse dinossauro se alimentava, se era herbívoro ou carnívoro. O animal tinha aproximadamente 1 metro de comprimento.
“Qual seria a dieta? A gente pode hipotetizar que poderia ter uma dieta diferente da maioria de dinossauros do seu grupo. Mas não é porque o animal é edêntulo que ele não pode ser capaz de comer carne”, ponderou Geovane Alves de Souza, pesquisador e aluno de doutorado do Museu Nacional.