Domingo, 05 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2025
A diferença se explica pela trajetória da moeda brasileira, que perdeu quase 25% de sua força ante a moeda americana.
Foto: ReproduçãoOs salários mínimos no Brasil e na Argentina tomaram rumos diferentes, ao longo do último ano, quando se analisa o poder de compra em dólares dos trabalhadores. A diferença se explica pela trajetória da moeda brasileira, que perdeu quase 25% de sua força ante a moeda americana, e do peso, que se valorizou em termos reais.
O salário mínimo no País foi para R$ 1.412 no início do ano passado, o equivalente a US$ 291, conforme a taxa de câmbio da época. Com a alta formalizada nesta semana, o mínimo subiu R$ 1.518, o que corresponde a cerca de US$ 247, segundo a cotação oficial.
Embora o salário mínimo no Brasil também tenha subido acima da inflação no período, o impacto da desvalorização do real resultou em uma perda do poder de compra quando medido em dólares. As perdas da moeda brasileira são atribuídas, principalmente, à deterioração do cenário fiscal e às incertezas geradas pela trajetória de aumento na relação dívida/PIB.
Após o anúncio do pacote de contenção de gastos pelo governo, o dólar fechou acima de R$ 6 pela primeira vez na história. A bolsa brasileira registrou queda e houve saída líquida de dólares do país.
Enquanto isso, na Argentina, o salário mínimo saiu de 156 mil pesos no começo de 2024 para 272 mil pesos atualmente – um aumento, em valores nominais, de 76%. Em dólares, o valor aumentou de US$ 157 para US$ 228 – ficando menos de US$ 20 atrás do mínimo no Brasil.
A inflação argentina deve fechar 2024 perto de 115%, mas em trajetória descendente. Nos últimos meses, a variação mensal de preços tem se consolidado abaixo de 3% – o que deve levar, em breve, a inflação acumulada em 12 meses para o patamar de 50%.
Ao mesmo tempo, o peso foi a moeda que mais se valorizou em termos reais, entre os países emergentes no ano passado. O dólar blue (paralelo) na Argentina passou de 1.015 pesos para 1.230 pesos ao longo do último ano. Apesar da perda nominal, na prática, houve valorização de 44% em termos reais.
De acordo com o jornal britânico Financial Times, um Big Mac em Buenos Aires custava US$ 7,90 em janeiro de 2024 e hoje é comprado por US$ 3,80.
Como boa parte dos alimentos tem preços influenciados pela variação do dólar, o fortalecimento do peso eleva o poder de compra e ajuda na popularidade do presidente Javier Milei, cujo governo preserva índices de aprovação superiores aos de seus antecessores Alberto Férnandez e Mauricio Macri para o mesmo período de gestão. As informações são do portal de notícias CNN Brasil.