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Na avaliação de ministros do governo, o indicado por Lula, Gabriel Galípolo, segue favorito para ser presidente do Banco Central; ala do PT quer André Lara Resende

Em 2023, antes de ser indicado ao seu atual cargo de diretor de política monetária no Banco Central, Galípolo era o número 2 do Ministério da Fazenda. (Foto: Washington Costa/MF)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu, na semana passada, uma definição do que será o futuro presidente do Banco Central que deixou muita gente se perguntando se Gabriel Galípolo preencheria mesmo as características requeridas pelo presidente para o cargo.

Lula disse que escolheria para o BC “uma pessoa madura e calejada”. Galípolo, aos 42 anos, seria “maduro e calejado” ou o presidente estaria despistando? Não há como responder ainda com segurança. Inegavelmente Galípolo tem uma outra característica que o Lula não citou na fala dele. E que será importante, e muito, para decisão final de Lula: participou ativamente da campanha do petista, tendo contato direto com ele.

É uma pessoa, portanto, para quem o Lula, se precisar, pode ligar diretamente e conversar. E isso faz toda a diferença para o presidente. Difícil imaginar alguém que hoje concorra com Galípolo de verdade nesta sucessão no BC.

A decisão unânime do Copom de manter a taxa Selic em 10,50% não deve ter efeito substancial sobre a sucessão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na avaliação de ministros do governo, o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, segue favorito, embora uma ala do PT tenha passado a defender que o presidente Lula indique André Lara Resende para a autoridade monetária.

É certo que Lula não gostou do fim do ciclo de cortes de juros. Ainda assim, nos bastidores, a análise é de que é preciso separar retórica política de estratégia econômica. Para auxiliares palacianos, Galípolo não tinha outra opção a não ser unir o Copom pela manutenção da Selic, porque uma nova divisão iria elevar ainda mais o dólar e a curva de juros.

Ex-secretário executivo da Fazenda, Galípolo tem boa relação não apenas com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), mas também com Rui Costa (Casa Civil). O ex-governador da Bahia não seguiu a toada petista e evitou comentar a decisão do Copom em suas redes sociais.

Lara Resende

André Lara Resende é economista formado pela PUC -Rio, com mestrado pela FGV (Fundação Getulio Vargas), ambas do Rio de Janeiro, sua cidade natal. Possui ainda o título de Ph.D. em Economia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos. Foi professor da PUC-Rio no início dos anos 1980, período em que, paralelamente, começou a ocupar cargos de destaque no meio corporativo.

Tal época marca ainda a publicação do famoso artigo acadêmico intitulado “Larida”, uma junção do seu sobrenome com o do amigo Persio Arida, também economista. O foco era encontrar caminhos para neutralizar a inflação e Resende sugeriu uma troca do padrão monetário, ao passo que a proposta de Arida consistia, basicamente, em sincronizar forçadamente todos os contratos. Duramente criticado na época, o “Plano Larida” tornou-se na década seguinte um dos pilares do Plano Real.

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