Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de julho de 2024
A campanha presidencial da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, arrecadou mais de US$ 100 milhões (R$ 560 milhões) entre a tarde de domingo e a noite de segunda-feira, anunciou a equipe da democrata. Segundo publicado pela rede americana CBS News, a arrecadação inclui o dinheiro levantado na campanha de Kamala, no Comitê Nacional Democrata, e em comitês de angariação de fundos conjuntos.
As doações também destacam a enorme vantagem financeira da vice-presidente sobre quaisquer potenciais concorrentes para a indicação democrata. Mais cedo na segunda-feira, a campanha de Kamala anunciou ter arrecadado US$ 81 milhões (R$ 452 milhões) em 24 horas. De acordo com a equipe da democrata, mais de 1,1 milhão doadores de base contribuíram nesse intervalo —sendo que, para 62% deles, foi a primeira contribuição do ciclo eleitoral deste ano.
Um evento organizado pelo grupo Win with Black Woman arrecadou sozinho US$ 1,6 milhão (R$ 8,9 milhões). Ainda segundo a campanha de Kamala, o total de R$ 452 milhões doados para a candidata foi a maior quantia de dinheiro arrecadada num período de 24 horas na História presidencial.
“O histórico apoio à vice-presidente Kamala Harris representa exatamente o tipo de energia e entusiasmo de base que vence eleições”, disse Kevin Munoz, porta-voz da campanha da democrata.
“Já estamos vendo uma coalizão ampla e diversificada se unir para apoiar nosso trabalho crítico de conversar com os eleitores que decidirão esta eleição”, continuou.
Ainda segundo a CBS News, a campanha do republicano Donald Trump arrecadou US$ 331 milhões (R$ 1,8 bilhão) no segundo trimestre, comparado aos US$ 264 milhões (R$ 1,4 bilhão) levantados pela campanha de Biden no mesmo período.
Kamala garantiu o apoio necessário para assegurar sua nomeação presidencial pelo Partido Democrata nessa segunda, um dia após Biden desistir de concorrer à reeleição – e endossar a candidatura de sua companheira de chapa.
A decisão do octogenário foi tomada após semanas de especulações sobre sua saúde física e mental, e desencadeou uma onda de alívio entre membros da sigla, receosos de que sua permanência na disputa pudesse comprometer as chances do partido.
Em comunicado, Kamala disse estar “orgulhosa” por ter “o amplo apoio necessário” dos delegados do seu partido para se tornar a candidata presidencial democrata e, assim, substituir Joe Biden.
“Estou ansiosa para aceitar formalmente essa nomeação, em breve”, acrescentou. A democrata obteve o suporte de 2.214 delegados, ultrapassando com folga o total de 1.976 necessário para a nomeação, segundo a contagem da Associated Press. Também na segunda-feira, Kamala elogiou o legado do presidente durante um evento na Casa Branca, sua primeira aparição pública desde que o democrata de 81 anos encerrou sua campanha pela reeleição. Sem fazer menção à sua candidatura, a vice-presidente se limitou a dizer que conheceu Biden por meio do filho dele, Beau, morto em 2015. Ela afirmou que “as qualidades reverenciadas por ele em seu pai são as mesmas que” ela viu “todos os dias” no presidente.
“Sua honestidade, integridade, seu compromisso com sua fé e sua família, seu grande coração e seu amor profundo pelo nosso país. Sou testemunha de que todos os dias o nosso presidente, Joe Biden, luta pelo povo americano. Somos profundamente gratos por seu serviço à nossa nação”, disse. “O legado de Joe Biden nos últimos três anos é inigualável na História moderna”, afirmou.
Em seu primeiro comício eleitoral em Delaware, Kamala atacou o ex-presidente republicano. A democrata disse que já enfrentou infratores “de todos os tipos”, desde “predadores que abusaram de mulheres” até “trapaceiros que quebraram regras para seu próprio benefício”, de modo que “conhece o tipo de Donald Trump”. No mesmo discurso, a vice-presidente ainda prometeu fazer da luta pelo direito ao aborto no país parte central de sua campanha – tópico que pode alavancar sua campanha contra o republicano.
“O governo não deveria dizer a uma mulher o que fazer com seu corpo. Lutaremos pela liberdade reprodutiva, sabendo que, se Trump tiver a oportunidade, ele assinará uma lei que proíbe o aborto em todos os estados”, disse Kamala.