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Na Europa, Lula participa de encontros do G7 e discursa na Conferência Internacional do Trabalho: “Nunca a justiça social foi tão crucial para a humanidade”

O presidente Lula durante discurso na Conferência Internacional do Trabalho em Genebra, na Suíça. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará nesta sexta-feira (14) do segmento de engajamento externo da Cúpula do G7, em Borgo Egnazia, na Apúlia (Itália), a convite da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Na Europa, o brasileiro participou de encontros bilaterais e, nessa quinta-feira (13), discursou no lançamento da Coalizão Global para a Justiça Social, no âmbito da 112ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra (Suíça).

A Coalizão é copresidida por Lula e pelo diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert Houngbo.

De acordo com o governo italiano, além dos demais membros do G7, da Santa Sé e do Brasil, foram convidados para a reunião os seguintes países: África do Sul, Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Índia, Jordânia, Mauritânia (representando a União Africana), Quênia e Turquia. Entre os organismos internacionais, os convidados são: União Europeia (com status de observadora no G7), Organização das Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.

O presidente Lula também deve ter reuniões bilaterais confirmadas com o Papa Francisco, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Lula teve uma reunião bilateral nessa quinta-feira com a presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd. No encontro, realizado no hotel em que o presidente está hospedado em Genebra, Amherd convidou o líder brasileiro a participar de uma cúpula pela paz entre Rússia e Ucrânia, que será realizada entre os dias 15 e 16 de junho, na Suíça.

O presidente cumprimentou a Suíça pela organização da Conferência, mas reiterou a posição do Brasil, de que uma solução para a crise demandaria a participação de representantes dos dois lados do conflito. E reiterou o interesse do Brasil de participar e ajudar a viabilizar discussões de paz entre as duas partes.

No lançamento da Coalizão Global para a Justiça Social, Lula afirmou: “É com grande satisfação que participo da 112ª Conferência Internacional do Trabalho. Retorno à OIT com esperança renovada na atuação conjunta de governos, trabalhadores e empregadores para superar tempos adversos. Não foram poucas as vezes em que o mundo voltou seus olhos para a OIT em busca de soluções ao longo de seus 100 anos de história”, declarou o presidente Lula no início de seu pronunciamento.

Lula lembrou que a OIT já foi palco de discussões sobre a crise do emprego causada pelo colapso financeiro de 2008 e sinalizou que o mundo vive agora um cenário mais complexo. “Nossas sociedades ainda se recuperam dos efeitos da pandemia de covid-19 em ritmos desiguais. Novas tensões geopolíticas se somam a conflitos existentes em diferentes partes do planeta. As transições energética e digital já impacientam trabalhadores de todos os países. Os efeitos da mudança climática têm deteriorado a qualidade de vida ao redor do mundo: 2,4 bilhões de trabalhadores são afetados diretamente pelo calor excessivo”, argumentou. Por isso, considera que o papel da OIT e de seu arranjo tripartite é ainda mais relevante hoje do que quando foi criada. “Nunca a justiça social foi tão crucial para a humanidade”, frisou.

Lula foi convidado a participar de cúpulas do G7 em diversas ocasiões no passado. Esta será a oitava participação do Presidente em cúpulas do grupo. No segmento de engajamento externo deste ano, estão sendo discutidos, entre outros, os temas de inteligência artificial e de energia, bem como a cooperação com a África e no Mar Mediterrâneo.

O Brasil mantém com os membros do G7 permanente diálogo sobre temas da agenda internacional, seja de forma bilateral, seja no âmbito do G20 e de organismos internacionais nos quais o Brasil e os membros do G7 interagem.

O G7 foi criado em 1975, por iniciativa do presidente francês Valéry Giscard d’Estaing, com o objetivo de reunir os países mais industrializados do mundo à época para tratar de questões de política econômica de interesse comum. Atualmente, os países-membros são: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Em termos econômicos, o G7 hoje já nào abrange as sete maiores economias do mundo: de acordo com dados do FMI em 2023, China e Índia são, respectivamente, a segunda e a quinta maiores economias do mundo em PIB nominal.

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