Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de agosto de 2019
Quase metade (46%) dos internautas do País foram vítimas de algum tipo de golpe financeiro nos últimos 12 meses, o que equivale a um universo aproximado de 12 milhões de pessoas. É o que estima uma pesquisa feita pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), segundo a qual os prejuízos gerados por esses crimes contra consumidores chegaram a R$ 1,8 bilhão. Segundo o levantamento, pouco mais de um terço dos consumidores lesados não consegue recuperar nem um tostão do que perderam. As informações são do jornal O Globo.
Entre as vítimas de fraudes na internet, mais de 50% compraram produtos pela rede que não foram entregues, 46% receberam produtos ou serviços diferentes dos contratados e 25% tiveram o cartão de crédito clonado. A soma ultrapassa 100%, pois há os desafortunados que foram vítimas de mais de uma fraude.
Prejuízo médio de R$ 478
Pelo menos 51% dos entrevistados afirmam ter sofrido perda financeira, com um dano médio de R$ 478.
Um desses casos em que o prejuízo ficou todo na conta do consumidor era o chamado “golpe do motoboy”, em que a vítima é induzida a acreditar que fala com o banco e acaba fornecendo dados bancários, entregando cartões e senhas a falsos emissários da instituição financeira.
Os bancos vinham se negando a indenizar os clientes neste caso, mas uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, na última semana, pode mudar esse cenário. A Justiça considerou que houve falha na prestação de serviço do banco, que não impediu a movimentação financeira atípica, de R$ 35 mil em um só dia, no caso do cliente do processo em questão.
“As fraudes online atingem todas as idades e sexos. Ninguém está livre”, afirma Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da consultoria PSafe.
A consultoria estima que um em cada cinco brasileiros já foi vítima de roubo de identidade na internet. Entre os casos relatados, 40% fizeram cadastro em sites falsos de promoção, 39% se inscreveram em vagas de emprego que nunca existiram, 22% realizaram compra em site fake , e 21% receberam ligação de pessoas que se passavam por funcionário de instituição financeira.
“Além disso, tem crescido as fraudes com compartilhamento de informações falsas via WhatsApp, e também por ‘sites clones’ que simulam as características de páginas seguras como bancos e lojas”, alerta Marcelo Aguiar, cofundador da Wevo, empresa de desenvolvimento de tecnologia para e-commerce.
Bruno Prado, diretor da UPX, empresa de tecnologia focada em segurança, também recomenda que se redobre a atenção a mensagens de SMS de cobrança e boletos falsos enviados ao endereço físico do consumidor. Quem está com produtos à venda em sites especializados também tem sido alvo frequente de criminosos, diz Prado:
“O criminoso entra no site de compra de carros, por exemplo, pega o telefone do proprietário e liga se apresentando como funcionário da plataforma pedindo a confirmação de dados cadastrais. No fim da ligação, o golpista explica que vai enviar um código por SMS e pede confirmação. Ao informar o código, a vítima permite a clonagem do seu WhatsApp. E o que vem depois é uma série de investidas aos contatos pedindo dinheiro e tentativas de fraude usando seus dados.”
Atenção ao português
Erros de português e mensagens sem contexto devem acender o sinal de alerta para a possibilidade de fraude, dizem os especialistas. José Cesar da Costa, presidente da CNDL, diz que é importante também que o consumidor tome precauções para evitar transtornos e desconfie de facilidades ou de ofertas muito atraentes.
Entidades de defesa do consumidor orientam que em caso de fraudes as vítimas devem contatar o banco, a administradora do cartão de crédito ou a loja para reaver valores. Outra providência a ser tomada é o registro de Boletim de Ocorrência na Polícia Civil.