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Brasil Na sua primeira declaração sobre o afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa, Temer disse que não vai concluir o seu mandato com a pecha de um “sujeito que incorreu em falcatruas”

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O presidente se defendeu de possíveis práticas suspeitas na sua relação com essas pessoas. (Foto: Beto Barata/PR)

Na sua primeira declaração sobre o afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa, o presidente Michel Temer disse que não vai concluir seu mandato com a pecha de um “sujeito que incorreu em falcatruas”. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em seu escritório de advocacia, em São Paulo, na quinta-feira (18), ele negou que tenha demorado a afastar os vice suspeitos de corrupção – a decisão foi tomada por ele na terça-feira (16).

O presidente se defendeu de possíveis práticas suspeitas na sua relação com essas pessoas. Disse ainda que eles podem voltar aos cargos no banco e não descarta manter a prática de aceitar indicações políticas para essas funções.

Sobre estar sendo perseguido, Temer afirmou: “Há uma tentativa brutal de tentar desmoralizar o presidente. Neste ano, vou me dedicar, entre outras reformas, à minha recuperação moral. O que fizeram comigo foi uma coisa desastrosa. Aliás, podem registrar que os meus detratores estão na cadeia. Quem não está na cadeia está desmoralizado. Mas a todo momento qualquer coisa é o presidente da República.”

“Esteja certo de que não vou sair e não adianta dizer: ‘O Michel Temer ficou irritado’. Não fiquei, não. Não vou sair da Presidência com essa pecha de um sujeito que incorreu em falcatruas. Não vou deixar isso.”

Lula

A poucos dias do julgamento ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, marcado para quarta-feira (24), em Porto Alegre, Temer afirmou que é melhor que o petista seja derrotado politicamente para não ser “vitimizado”.

Temer disse que seria ideal o lançamento de um único candidato de centro, mas evitou falar qual seu preferido entre Henrique Meirelles (Fazenda), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).

“Não posso dizer uma coisa que está sob apreciação no TRF. Agora, acho que se o Lula participar, será uma coisa democrática, o povo vai dizer se quer ou não. Convenhamos, se fosse derrotado politicamente, é melhor do que ser derrotado [na Justiça] porque foi vitimizado. A vitimização não é boa para o País e para um ex-presidente. Faço isso com todas as ressalvas, para não parecer que estou interferindo.”

O presidente foi questionado ainda sobre se Lula não for candidato, o que mudaria no cenário eleitoral?. “Muda um pouco porque ele está sempre cotado em primeiro lugar nas pesquisas. Evidentemente que isso vai agitar o meio político para saber quem é o candidato de centro que possa harmonizar e reunificar o País. Por mais que se diga que o povo quer assim ou assado, ele [povo] vai procurar alguém que seja capaz de continuar as reformas.”

Em relação as três intervenções cirúrgicas e uma infecção em que passou, Temer foi questionado se terá condições de concluir o mandato. “Basta olhar para mim. Não tive nem tempo de pensar [em licença]. Sabe por quê? Porque eu não parei de trabalhar. Sei que correu muito essa história por aí, mas são daqueles que querem me matar, né?”, concluiu.

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