Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O senado derrubou na terça-feira, 17 de outubro, a decisão que determinava o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB/MG) de seu mandato. O senador mineiro havia sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República por obstrução da justiça e formação de organização criminosa, a partir do conteúdo retirado das delações dos executivos do Grupo JBS, que apontavam que o senador havia recebido 2 milhões de reais de propina.
É notório que os políticos em geral formam alianças para se protegerem das punições de seus crimes. É sabido que a todo momento aqueles que enfrentam alguma forma de denúncia passam a oferecer trocas e/ou favores pelo apoio desse senador ou daquele deputado em alguma eventual votação. O presidente Michel Temer fez isso inúmeras vezes, tanto para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff quanto para manter-se no cargo de atual presidente. A ex-presidente também o fez na véspera de seu afastamento. Aécio Neves utilizou-se do mesmo mecanismo para permanecer como senador e derrubar a decisão da Primeira Turma relativa ao seu afastamento do Senado.
Pois bem, é exatamente esse tipo de movimento que vai contra o Estado de Direito. Como podemos confiar nos nossos poderes quando os crimes mais evidentes dos políticos mais proeminentes da República são relevados de forma tão descarada? Essa forma de impunidade reforça o sentimento de muitos cidadãos brasileiros: sentem-se palhaços perante a corte e perdem a confiança nos seus poderes.
Temos de usar tais situações de exemplo para o futuro, quando, uma vez mais, teremos a oportunidade de votar em pessoas melhores para os cargos políticos. Aprendamos com os nossos erros e, finalmente, busquemos aqueles candidatos livres da velha política contaminada e fadada à realidade corrupta. Busquemos aqueles políticos que zelam por um futuro melhor, com menos política, menos Estado e mais indivíduos. A liberdade individual é o nosso caminho.
Felipe Morandi é empresário e associado do IEE
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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