No momento em que começa a contagem regressiva para a diplomação de Lula como presidente da República, o presidente Jair Bolsonaro foi ontem ao encontro de apoiadores que fazem vigília na frente do Palácio da Alvorada, residência oficial, e deu um recado forte, garantindo que está atento aos sinais e, ao mesmo tempo, preocupado com informações desencontradas que circulam entre seus apoiadores, causando em alguns casos, divisões:
“Nada está perdido. O ponto final é somente com a morte. Se estou aqui é porque, primeiro, acredito em Deus. Segundo, devo lealdade ao povo brasileiro. Ao longo de quatro anos nós despertamos o patriotismo no Brasil. O povo voltou a admirar a sua bandeira, o povo voltou a acreditar que o Brasil tem jeito. Não é fácil enfrentar todo um sistema. A missão de cada um de nós aqui não é criticar, é unir. Nunca saí de dentro das 4 linhas da Constituição e acredito que a vitória será também dessa maneira. Dou a minha vida pela minha pátria. Muitas vezes, vocês têm informações que não procedem, que, pela angústia, pelo cansaço, pelo momento, passam a criticar. Tenham certeza que entre as minhas funções está a de ser o chefe supremo das Forças Armadas. As FA são essenciais em qualquer país do mundo, sempre disse, ao longo desse quatro anos, que as FA são o último obstáculo para o socialismo.”
Com PEC do Rombo, Lula já comprou apoio de senadores e deputados?
O chamado “orçamento secreto”, que a oposição questionava no STF, já começa a ser tratado com mais carinho por Lula e pela imprensa amiga que agora trata o tema como “emendas do relator”. A explicação está nos números da PEC do Rombo, aprovada em tempo recorde pelo Senado a pretexto de garantir recursos para os pobres atendidos pelo Auxílio Brasil. Os números mostram porque os senadores foram tão rápidos na aprovação da medida, que segue o mesmo rumo na Câmara:
A PEC destina R$ 19,4 bilhões para o Auxílio Brasil e RS 75 bilhões para que senadores e deputados usem no ‘orçamento secreto’, ou melhor, emendas do relator.
Transição de Lula já tem uma multidão de mil integrantes
A equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se aproxima dos mil membros: possui até agora 939 nomes (20 deles remunerados) coordenados pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin. A legislação permite até 50 vagas com salários em torno de R$ 17 mil. A equipe tem 33 grupos de trabalho, que são acompanhados por 107 congressistas, além de um conselho político.
O governo de transição de Jair Bolsonaro teve 217 colaboradores, e o coordenador da equipe foi Onyx Lorenzoni, que mais tarde veio a assumir como ministro da Casa Civil.
Haddad será o poste de Lula na Economia?
A indicação de Fernando Haddad para comandar a Economia, significa que Lula é quem vai mandar na área, o que levou à preocupação do mercado nas últimas horas. Há poucos dias, quando começou a crescer o nome de Haddad para comandar a Economia, o senador Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil da presidência da República, comentou:
“Sai Paulo Guedes, entra Haddad? Mais ou menos como sai o Neymar e entra o Seu Boneco. Seleção sim, Tabajara? Ninguém merece!”