Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de novembro de 2015
Em artigo publicado no domingo pelo jornal Folha de S.Paulo, o senador Fernando Collor (PTB-AL) questionou a validade e a viabilidade de um processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
“É preciso haver crime de responsabilidade comprovado, ambiente político disposto, população mobilizada e interpretações jurídicas confluentes a um único objetivo”, argumentou Collor, ele próprio afastado da Presidência da República em 1992, por impedimento, quando contava dois anos e seis meses no cargo.
Ele também discorreu sobre a demora e complexidade de um rito legislativo com esse objetivo, a fim de de garantir a ampla defesa. “Do contrário, é uma quartelada parlamentar.”
Para Collor, não há a possibilidade de rito sumário. “A democracia não admite tribunais de execração pública. Não se podem reverter atos da vida particular de um agente privado em atos de ofício do presidente, mesmo cercado por atores públicos e partidários já presos.”
Por fim, o petebista atenua o papel de Dilma no processo. “Desconheço os detalhes do dito atentado às leis orçamentárias e de responsabilidade fiscal, mas não acho que deva ter impeachment. No máximo, foi um crime culposo. Ela é vítima da miopia progressista e da astúcia de seu criador. E convenhamos, o tempo é outro.”