O jornal Clarín, de Buenos Aires, publicou ontem entrevista com o ministro da Cidadania, Osmar Terra, em que declara: “Se tivesse que proibir uma droga, seria a maconha porque destrói o cérebro.” Acrescenta: “A dependência química é uma enfermidade do cérebro. Sobre isso os defensores da liberação das drogas não falam porque não sabem. O estímulo repetido da droga altera regiões do cérebro. (…) Com políticas que facilitem o acesso às drogas, haverá mais gente mentalmente enferma, que não poderá fazer nada mais do que se drogar.”
Observação do repórter Guido Nejamkis: “O espanhol fluente do ministro Terra tem acento argentino. Em sua juventude, viveu e exerceu a Medicina na cidade de Moreno, distante 45 quilômetros de Buenos Aires.”
Contas abertas
Uma das cláusulas do Plano de Recuperação Fiscal prevê: a Controladoria Geral da União terá acesso irrestrito aos sistemas de controle das finanças dos governos estaduais. A Republica Federativa será substituída pela República Centralizadora. Um FMI de outros tempos.
No abismo
Para elaborar o orçamento do Estado de 2020, com déficit de 4 bilhões e 200 milhões de reais, há duas saídas: cortar despesas ou pedir autorização do governo federal para comprar uma maquininha de imprimir dinheiro.
Inconformados
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, tem apoio da Assembleia Legislativa para não aprovar o Plano de Recuperação Fiscal. Rejeitam o crescimento que consideram espantoso da dívida do Estado com a suspensão dos pagamentos ao longo de seis anos. Partem para elaboração de uma nova proposta à União.
É fogo
O ministro Gilmar Mendes recebeu os repórteres do Correio Braziliense com um tonel de gasolina em sua sala. Bastou uma pergunta sobre Operação Lava-Jato para que acendesse o fósforo: “É uma organização criminosa para investigar pessoas. Seus integrantes causaram grandes danos por abuso de poder, criando um Estado paralelo.”
O barulho da declaração publicada ontem ecoa em todo o País.
Só insistindo
Hoje, em Brasília , o Supremo Tribunal Federal promove audiência de conciliação entre a União e 16 estados sobre a Lei Kandir, norma que leva o nome de seu autor, o ex-deputado Antônio Kandir, do PSDB, que isentou os produtos de exportação do ICMS. Com chapéu alheio, o dos Estados, o governo federal buscou, com a medida, enfrentar a concorrência internacional para os grãos, minério de ferro e outras commodities.
Uso do bom senso
Partidos têm encontrado resistências de candidatos com bom potencial para concorrer às prefeituras. Alguns dizem que só aceitarão depois de conhecer as contas municipais com todos os detalhes. Não querem entrar em barco furado em nome da vaidade. Outros acrescentam que não pretendem se transformar em mendigos de terno. Referem-se às idas a Brasília em busca de dinheiro nos ministérios. Os prefeitos costumam ser recebidos por tecnocratas arrogantes que os tratam com desdém.
Novo ataque aos nossos bolsos
O Fundo Eleitoral irá de 1 bilhão e 700 milhões para 3 bilhões e 700 milhões, contemplando partidos cujo conteúdo soma nada com coisa nenhuma.
A conta é tudo que nos sobra.
Para evitar enganos
As Parcerias Público Privadas têm sido apontadas como a panaceia para todos os problemas. O que os governos não podem desconhecer: empresário não põe dinheiro em negócios nos quais existam fortes riscos e lucros reduzidos. Como as críticas aos empreendedores da iniciativa privada costumam ser frequentes, muitos ficam refratários. Políticos e parcela da opinião pública acreditam que as PPPs possam envolver benemerência. Grande engano.
Há 65 anos
Na madrugada de 5 de agosto de 1954, o jornalista Carlos Lacerda, um dos principais opositores do presidente Getúlio Vargas, sofreu atentado. Uma bala atingiu o major-aviador Rubens Florentino Vaz, provocando sua morte. Lacerda foi ferido no pé. O episódio, ocorrido no Rio de Janeiro, teve ampla repercussão nas áreas política e militar, agravando a crise que se desenrolava desde a posse de Vargas na presidência da República e que culminou com seu suicídio 19 dias depois.
Lacerda vinha denunciando a existência de pessoas que aproveitavam suas funções no governo para encobrir atividades escusas.
Dupla personalidade
A maior contradição dos tempos atuais: a China usa o capitalismo para manter o comunismo.