Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Carlos Roberto Schwartsmann | 29 de março de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Desde que o homem assumiu a posição bípede e se afastou do solo, ficou mais propenso a cair da sua própria altura.
Obviamente o risco de queda se torna maior com o avanço da idade. Nós nunca vivemos tanto quanto hoje! Nós nunca caímos tanto quanto hoje!
No envelhecimento, geralmente há mais de um fator envolvido na queda: perda da acuidade visual, perda da propriocepção, perda do equilíbrio, diminuição dos reflexos e perda da força muscular dos membros inferiores.
Na velhice os ossos vão perdendo a capacidade de reter o cálcio. Ficam menos densos, mais porosos e mais vulneráveis a sofrerem fraturas. Várias pesquisas concluem que a perda de massa óssea é de mais ou menos 1% ao ano após os 40 anos.
Esta perda é maior e mais acelerada nas mulheres após a menopausa.
Acredita-se que a reserva de massa óssea é criada e fortalecida na infância e na adolescência. O pico de maior massa óssea é atingido entre 20 e 24 anos.
É fundamental, até a formação do adulto jovem, garantir a ingestão adequada de cálcio, vitamina D e principalmente convocar os ossos para a prática desportiva: o osso gosta de exercício e de trabalhar. Se fortifica com carga, principalmente de compressão!
Quanto maior a reserva de massa óssea, menores são as chances de desenvolver osteoporose na velhice.
Afastados destes conceitos, nossos jovens, hoje, preferem o refrigerante ao leite. Pararam de competir em quadras esportivas e passaram a competir nos jogos de computador.
Com a idade, o osso mais fraco tem mais chance de fraturar pós-queda banal.
Muitos estudos mostram que essas fraturas ocorrem, em 90% das vezes, dentro de casa.
A Sociedade Brasileira de ortopedia (SBOT) desenvolveu um projeto especifico para este assunto denominado “Casa segura”.
Ele pode ser acessado pela internet. Resumidamente a residência deve ser bem iluminada, livre de tapetes ou degraus.
O chão seco oferece mais equilíbrio, principalmente com sapatos antiderrapantes ou de borracha.
Os banheiros devem ter barras de apoio e os vasos sanitários devem ser mais elevados.
A fratura do colo do fêmur é muito mais mortal no velho com comorbidades do que a covid.
Vários trabalhos mostram que 20% dos pacientes vem falecer no primeiro ano pós-fratura. Ainda um velho aforisma da traumatologia continua sendo muito atual: “Nascemos pelo colo do útero e morremos pelo colo do fêmur”.
Portanto, preserve massa óssea e não caia!
Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
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