Sidney Magal, a voz e o corpo de sucessos como “O meu sangue ferve por você” e “Sandra Rosa Madalena”, é sempre um dos artistas mais pedidos do público no festival CasaBloco, no Rio. “Ele é praticamente um artista residente”, brinca a idealizadora, Rita Fernandes. Neste sábado (27) ele volta ao evento pela terceira vez. Com seu jeito sempre extrovertido, Magal fala do desejo de seguir na ativa, em contato direto com os fãs, mesmo depois do susto que passou em maio do último ano, quando sofreu um AVC. De lá para cá, já fez mais de 30 shows, e a ideia é seguir fazendo.
“São 60 anos de carreira. Tenho fãs de 10 a 100 anos e nossa troca tem muito amor e carinho. O artista precisa mais disso do que de dinheiro”, diz Magal, aos 73 anos. “Depois do meu AVC, fiquei preocupado, mas já fiz mais de 30 shows depois do ocorrido. Tenho que me segurar no palco, porque já não dá para rebolar como antes, mas tenho certeza que minha voz ainda vai resistir por muito tempo e que meu público vai continuar fã dos sucessos que, se Deus quiser, vão durar eternamente.”
Neste sábado, no palco montado nos jardins do MAM, Magal vai misturar hits da carreira com “algumas coisas mais carnavalescas”, como Lulu Santos, Tim Maia e Jovem Guarda. Ele divide a noite com Fernanda Abreu, que se apresenta com Sandra Sá, e Ferrugem, além dos blocos RitaLeena e Fogo & Paixão, e comemora a diversidade:
“Essa é a mistura brasileira: Sandra Sá, uma das grandes vozes desse país, Fernanda Abreu, um dos maiores swings, e Ferrugem, outro cantor excelente de uma área que não é a minha, mas que sempre aplaudo pela qualidade vocal que tem. É um prazer dividir a noite com eles.”
Perguntado sobre quem, ainda hoje, torce o nariz e olha com preconceito para a música brega, da qual é um dos grandes precursores, Magal dá um conselho para essas pessoas e faz uma análise positiva da renovação desse estilo no país:
“O meu conselho para quem até hoje torce o nariz para a música brega é que vá procurar um cirurgião plástico para mudar o nariz, porque isso já nem cabe mais hoje em dia. No começo da minha carreira, há 60 anos, isso era muito forte. Agora, qual é o ritmo que não é brega? Se você me apontar algum, te agradeço. O pagode é brega, o funk é brega, o sertanejo é brega… o Brasil se assumiu brega. Graças a Deus. Eu venci.”