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Não dá para recuar

A dívida da União com o Rio Grande do Sul chega a 43 bilhões de reais. (Foto: Leandro Osório/ Especial Palácio Piratini)

A cultura parlamentar consolidou que, para obter benesses do governo federal como cargos e dinheiro de emendas, é preciso pressionar. A tática deve se ampliar para que os Estados não continuem sendo vítimas de grande calote do Ministério da Fazenda. Um dos prejuízos é o não pagamento do ressarcimento das isenções para produtos exportados. A dívida da União com o Rio Grande do Sul chega a 43 bilhões de reais. Hoje pela manhã, no Palácio Farroupilha, haverá audiência pública da Comissão Mista Especial da Lei Kandir do Senado e da Câmara dos Deputados que avalia a suspensão dos repasses. A Assembleia Legislativa deve tornar permanente a reunião, estendendo sua validade até que o governo federal deixe seu conforto imperial.

SEM CHANCE EM 2018

A cada quatro anos, quando assumem novos governos em Brasília e nos Estados, renova-se a esperança de aperfeiçoamento das gestões. Mais uma vez, as intenções expostas em janeiro de 2015 não passarão dos discursos. A primeira grande reforma administrativa ocorreu em 1936 com a profissionalização das atividades na área pública. Em 1967, começou a automatização, outra mudança. Porém, a oportunidade da Constituinte de 1988 foi desperdiçada. Poderia surgir um Estado moderno e eficiente, com os direitos sociais garantidos por meio de serviços de melhor qualidade e custo menor. Como sempre, postergar uma decisão valiosa significa frustrar as expectativas da sociedade e condenar o País a mais tempo perdido.

TUDO NA MESMA

A reforma política é mais um nó não desatado. Mais uma vez, a maioria dos parlamentares mudou as regras em benefício próprio. Quem está dentro do jogo não quer sair. Mesmo que o sistema seja inoperante e contraditório nos seus próprios termos e lacunas. Fica comprovado que é difícil o meio político gestar aperfeiçoamentos contrários a seus interesses. Não custa repetir: o voto não é do partido nem do candidato. É do eleitor, que fará a avaliação em outubro de 2018.

SÓ ECONOMIA NÃO ADIANTA

A Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, distribuiu ontem gráfico para mostrar que o País melhorou. Alguns dados: 1) a inflação em maio de 2016, considerando os últimos 12 meses, era de 9,28 por cento. Em setembro de 2017, veio para 2,46 por cento; 2) o Produto Interno Bruto estava em 5,4 por cento negativos na comparação do 1º trimestre do ano passado com 2015. Na relação entre 2º trimestre de 2017 com 2016 houve crescimento de 0,3 por cento. A conclusão: contrariando assessor do presidente Bill Clinton, não é a Economia que salva o conceito do atual governo. Os problemas estão em outras áreas.

MUDANÇA

Marco Aurélio Alves é o novo presidente do Conselho Estadual de Cultura que, em 2018, completará 50 anos. Alves iniciou a vida profissional nos anos 80 como produtor cultural. Em seguida, tornou-se autor, diretor e professor de Artes Cênicas, tendo lecionado na Escola de Teatro e Imagem do Chile.

OLHANDO LONGE

O Observatório Astronômico Nacional, localizado no Rio de Janeiro, ontem completou 190 anos. A 15 de outubro de 1827, quando o Imperador Dom Pedro I assinou o decreto, ninguém poderia imaginar que suas lentes teriam utilidade adicional nos dias de hoje: medir o tamanho da dívida pública brasileira.

PELA METADE

Imposto deveria ser identificado como bilhete de ida e volta. Quer dizer, a ida do dinheiro dos contribuintes para os cofres públicos e a volta em serviços. Vemos, porém, a via única

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