Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de março de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Desde que começaram a estourar os escândalos da mistura do dinheiro público com o privado, foram incontáveis as manifestações da sociedade, pedindo a reavaliação do critério de escolha dos integrantes do Supremo Tribunal Federal.
Passados 14 anos, não foi movida uma palha. Viu-se a permanência do poder imperial de nomeação pelo presidente da República. Concluir que atendem também a critério político é ilação natural. Fica forte a impressão da opinião pública de que as decisões prendem-se ao elemento Q.I. (quem indicou).
A desconfiança seria desfeita com a definição de uma nova forma de seleção. O órgão máximo do Judiciário não pode ficar navegando num mar de tantos ventos.
Merecerão diplomas
Nenhum outro país se iguala ao número de faculdades de Direito como no Brasil: são 1 mil 240. Não pára aí. Desde o começo da Operação Lava-Jato, os noticiários de rádio e TV dão aulas diárias sobre Processo Penal. No currículo, transmissões ao vivo de sessões no Supremo Tribunal Federal com sustentações orais de advogados e votos dos ministros. Mais entrevistas de especialistas que são verdadeiras aulas sobre a doutrina jurídica.
Com atraso de 11 anos
O projeto de lei que cria o Sistema Único de Segurança Pública, uma espécie de SUS (Sistema Único de Saúde), tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados. O mais incrível é que a proposta chegou ao Congresso em 2007, quando o ministro da Justiça era Tarso Genro. O eixo era “a unificação dos conteúdos dos cursos de formação e aperfeiçoamento dos policiais, a integração dos órgãos e instituições de segurança pública”.
Não raro, o poder público sai correndo atrás das mangueiras quando fogo está alto. Como agora, encontra os equipamentos furados e sem água.
Vai correr por fora
Flávio Rocha, dono da rede de lojas Riachuelo, não sabe ainda a qual partido vai se filiar, mas definiu que concorrerá à Presidência da República. A plataforma do empresário milionário inclui alguns temas de forte apelo: a redução da maioridade penal e o fim do regime semi-aberto.
Crime e pouco castigo
O assassino da menina Naiara Soares Gomes, de 7 anos, será condenado a pena máxima de 30 anos. Quem duvida que, após cumprir menos da metade do tempo de prisão, se beneficiará com a liberdade para praticar outros crimes? A isso se chama impunidade, que impulsiona novas tragédias.
De vacilo em vacilo
Dois dias após revogar a resolução que exigia o curso e a prova para a renovação da carteira de motorista, o governo decidiu suspender por 60 dias a adoção das placas de veículos com padrão dos países do Mercosul. O passo seguinte será trocar a sigla Denatran para Denaré (Departamento Nacional dos Recuos).
Condenando o futuro
A cada ano, 8 milhões de toneladas de plástico são jogados nos oceanos, segundo pesquisas de cientistas britânicos. O problema começa nos núcleos urbanos. A lixeira em que se transformou o riacho Ipiranga, em Porto Alegre, é apenas um exemplo entre centenas de milhares em todo o mundo.
Causa e efeito
Das décadas de 1970 a 1980, o Brasil foi atormentado por sucessivos choques econômicos. O problema era que os preços se comportavam como as pessoas: davam pulos.
Sugestão
A trilha musical dos programas de propaganda eleitoral poderia ser Águas de Março, composição de Tom Jobim. Bastaria o verso “é a lama, é a lama…”
Expressaria o enfado e indignação de parte considerável dos que votarão.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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