Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Um dos erros dos advogados foi não instruir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para contestar, objetivamente, as razões de sua condenação, descritas com minúcias em 238 páginas da sentença do juiz Sérgio Moro. O discurso político se tornou repetitivo e perdeu sustentação.
O Judiciário decide sobre fatos e provas.
Sem unanimidade
Parte minoritária do PT reconheceu ontem que houve equívoco ao politizar a questão penal, atitude acompanhada de intimidação a autoridades.
A tática de vitimização do ex-presidente só sensibilizou os correligionários.
A ala majoritária continuará insistindo na tese de perseguição a Lula.
Cenário incerto
Quanto à sucessão presidencial, há um terreno movediço num tabuleiro em que as peças ainda não tomaram lugar definitivo.
Repercussões
Clarín, de Buenos Aires: “Duro revés do ex-presidente Lula”.
La Nación, de Buenos Aires: “O começo do fim da carreira política de Lula”.
El País, de Montevidéu: “Lula diz que a provocação é tão grande que agora quer ser candidato”.
O Tempo, de Belo Horizonte: “Lula está mais perto da prisão do que da Presidência”.
Gazeta do Povo, de Curitiba: “Prisão fica mais próxima”.
Persistência
O comício em Porto Alegre animou a direção do PT que ontem lançou nota afirmando: “Não nos rendemos diante da injustiça. Lula é candidato. Vamos lutar em defesa da democracia em todas as instâncias, na Justiça e principalmente nas ruas”.
Indício da virada de mesa.
Efeito
A Operação Lava-Jato mostra o caminho para um País mais republicano.
Retrato atual
Trecho do livro Os Donos do Poder, de Raymundo Faoro, escrito em 1958: “O problema do político era o poder. Só o poder sem problemas para atrapalhar ou ideologias desorientadoras. O agente ideal para esta ação será o realista frio, astuto mais que culto, ondulante nos termos, sagaz na apreciação dos homens, aliciados de deslealdades e pontual na entrega de favores”.
Trabalha na surdina
Repórteres que convivem no dia a dia do Palácio do Planalto constatam uma calmaria em gabinetes e corredores. Acham que indica a possibilidade de o governo já ter os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência. Os deputados federais indecisos, mesmo durante o recesso, recebem projeções, mostrando que, se não ocorrerem mudanças, ficará difícil o pagamento de aposentadorias e pensões em dia.
Reação
O site do MST avisou ontem à noite: “Seguiremos mobilizados e convocamos toda sociedade para a Greve Geral contra a reforma da Previdência”.
No mesmo lugar
Nos últimos 25 anos, uma questão desafia deputados, senadores, governadores e prefeitos: a aprovação da reforma tributária que simplifique a cobrança de impostos.
Resta a pergunta: desinteresse ou incompetência?
Desconhecem o custo do sistema complexo de arrecadação para as empresas. Claro que a despesa é repassada ao preço final dos produtos.
Terá prioridade
Com o final do recesso, o Senado debaterá dois projetos que pretendem acabar com o auxílio-moradia para ocupantes de cargos públicos. Um é de autoria do senador Randolfe Rodrigues. Ele sustenta que “o auxílio-moradia acabou se tornando uma moeda de acréscimo salarial, burlando o teto remuneratório”.
Vale tudo
Tartufo é personagem de comédia do francês Molière, criado em 1664. A certa altura, o personagem diz: “Eu agarro o que me serve onde quer que eu encontre”.
Não se poderia imaginar definição mais adequada para muitos políticos no século XXI.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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