Ícone do site Jornal O Sul

Não é jogo político

Um dos erros dos advogados foi não instruir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para contestar, objetivamente, as razões de sua condenação. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Um dos erros dos advogados foi não instruir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para contestar, objetivamente, as razões de sua condenação, descritas com minúcias em 238 páginas da sentença do juiz Sérgio Moro. O discurso político se tornou repetitivo e perdeu sustentação.

O Judiciário decide sobre fatos e provas.

Sem unanimidade

Parte minoritária do PT reconheceu ontem que houve equívoco ao politizar a questão penal, atitude acompanhada de intimidação a autoridades.

A tática de vitimização do ex-presidente só sensibilizou os correligionários.

A ala majoritária continuará insistindo na tese de perseguição a Lula.

Cenário incerto

Quanto à sucessão presidencial, há um terreno movediço num tabuleiro em que as peças ainda não tomaram lugar definitivo.

Repercussões

Clarín, de Buenos Aires: “Duro revés do ex-presidente Lula”.

La Nación, de Buenos Aires: “O começo do fim da carreira política de Lula”.

El País, de Montevidéu: “Lula diz que a provocação é tão grande que agora quer ser candidato”.

O Tempo, de Belo Horizonte: “Lula está mais perto da prisão do que da Presidência”.

Gazeta do Povo, de Curitiba: “Prisão fica mais próxima”.

Persistência

O comício em Porto Alegre animou a direção do PT que ontem lançou nota afirmando: “Não nos rendemos diante da injustiça. Lula é candidato. Vamos lutar em defesa da democracia em todas as instâncias, na Justiça e principalmente nas ruas”.

Indício da virada de mesa.

Efeito

A Operação Lava-Jato mostra o caminho para um País mais republicano.

Retrato atual

Trecho do livro Os Donos do Poder, de Raymundo Faoro, escrito em 1958: “O problema do político era o poder. Só o poder sem problemas para atrapalhar ou ideologias desorientadoras. O agente ideal para esta ação será o realista frio, astuto mais que culto, ondulante nos termos, sagaz na apreciação dos homens, aliciados de deslealdades e pontual na entrega de favores”.

Trabalha na surdina

Repórteres que convivem no dia a dia do Palácio do Planalto constatam uma calmaria em gabinetes e corredores. Acham que indica a possibilidade de o governo já ter os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência. Os deputados federais indecisos, mesmo durante o recesso, recebem projeções, mostrando que, se não ocorrerem mudanças, ficará difícil o pagamento de aposentadorias e pensões em dia.

Reação

O site do MST avisou ontem à noite: “Seguiremos mobilizados e convocamos toda sociedade para a Greve Geral contra a reforma da Previdência”.

No mesmo lugar

Nos últimos 25 anos, uma questão desafia deputados, senadores, governadores e prefeitos: a aprovação da reforma tributária que simplifique a cobrança de impostos.

Resta a pergunta: desinteresse ou incompetência?

Desconhecem o custo do sistema complexo de arrecadação para as empresas. Claro que a despesa é repassada ao preço final dos produtos.

Terá prioridade

Com o final do recesso, o Senado debaterá dois projetos que pretendem acabar com o auxílio-moradia para ocupantes de cargos públicos. Um é de autoria do senador Randolfe Rodrigues. Ele sustenta que “o auxílio-moradia acabou se tornando uma moeda de acréscimo salarial, burlando o teto remuneratório”.

Vale tudo

Tartufo é personagem de comédia do francês Molière, criado em 1664. A certa altura, o personagem diz: “Eu agarro o que me serve onde quer que eu encontre”.

Não se poderia imaginar definição mais adequada para muitos políticos no século XXI.

Sair da versão mobile