Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2022
Uma em cada quatro transações presenciais com cartões de crédito é feita por aproximação, informa a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs). A previsão é que a modalidade chegue a representar metade das transações no país até o fim de 2022. Em alta de 375%, o pagamento via cartão por aproximação tem conquistado usuários pela comodidade e atraído criminosos que se utilizam da tecnologia NFC (Near Field Communication) que, em português, pode ser traduzido como “comunicação de campo próximo”, para surrupiar o dinheiro da conta enquanto estão lado a lado com suas vítimas.
Os criminosos chegam perto das pessoas com maquininhas de aproximação para tentar fazer operações em cartões desprotegidos. Isso é possível porque, como não há necessidade de digitar a senha, muitas vezes o consumidor só percebe que foi vítima de roubo horas depois.
Para se precaver desse golpes, as duas principais orientações dos especialistas são: ativar a autorização pelo celular e utilizar uma capa protetora no cartão.
As investidas de golpistas chegaram a acender o alerta em deputados estaduais no Rio de Janeiro, e a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) chegou a aprovar um projeto segundo o qual a emissão de cartões de crédito ou débito por aproximação deveria ser previamente aprovada pelo consumidor.
As operadoras, previa a lei, também deveriam informar sobre medidas para evitar roubo, furto e limites de transações. O governador Cláudio Castro, no entanto, vetou o projeto de lei.
“Deixe o celular habilitado para todas as suas operações, assim será avisado imediatamente de qualquer movimentação e poderá agir imediatamente para cancelá-la”, orienta Francisco Gomes Júnior, especialista em Direito Digital e Crimes Cibernéticos e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP).
Em fevereiro, o Procon-SP emitiu um alerta para esta modalidade de crime:
“Há notícias de pessoas que foram vítimas de criminosos que aproximam máquinas que usam essa tecnologia — conhecida como NFC — e debitam valores do cartão de crédito e de débito”, afirmou a nota do órgão, à época.
É responsabilidade dos bancos responder por eventuais prejuízos causados às vítimas de golpe, orienta Fabio Pasin, pesquisador do programa de serviços financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
“O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor determina que o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços”, diz.
Confira as dicas
– Utilize capas protetoras no cartão, elas são feitas de materiais como fibra de carbono, alumínio e plástico e impedirão leituras e operações indevidas.
– Cadastre o cartão no smartwatch ou no celular. Dessa forma, a transmissão só será autorizada mediante a confirmação nos dispositivos.
– Desabilite a função de proximidade. Esta solicitação pode ser feita por aplicativo ou com a empresa do cartão.
– Diminua o valor-limite para compras por aproximação.
– Use carteiras revestidas por metal ou algum tipo de material especial e dispositivos podem bloquear a ação das maquininhas que se aproximam.
– Parcelamento: Relp: programa de parcelamento de dívidas de empresas registra 380 mil adesões.
– Use papel laminado para revestir o cartão, fazendo com que haja o bloqueio da radiofrequência.
– Use cartão virtual quando optar por fazer compras na internet.
– Confira o valor do débito. No pagamento por aproximação, o visor da máquina está virado para o vendedor, e o pagador não confere o valor do pagamento.
– Ao perceber que o cartão foi clonado, entre em contato com a administradora e peça imediatamente o bloqueio.
– Faça um boletim de ocorrência na delegacia para, de alguma forma, reaver os valores perdidos na fraude. As informações são do jornal O Globo.