Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 19 de abril de 2025
O fim desta semana é marcado pelo feriado da Páscoa, cuja celebração acontece neste domingo (20). Além de ser um período de festa cristã, a Páscoa é frequentemente associada a um tradicional alimento: o chocolate, que se encontra à venda a preços exorbitantes nos mercados. Uma das responsáveis por esse aumento é a inflação do País, que não afeta apenas o valor dos ovos de galinha, mas também dos ovos de Páscoa.
Por trás dos preços do chocolate está o cacau, matéria-prima usada na produção do doce e que triplicou durante os últimos dois anos. O fenômeno é resultado de uma queda na produção da commodity, ocasionada por pragas nas plantações do fruto no Brasil e pelas secas nos países da África Ocidental. Na abertura por itens do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação no país, o preço do chocolate subiu 12% em um ano. Agora, os ovos de Páscoa de 500g chegam a custar, em média, 100 reais nos principais mercados brasileiros.
Em março, a inflação geral perdeu fôlego, mas ainda veio com desempenho forte: o IPCA subiu 0,56% no mês, puxado especialmente pelos alimentos, que continuam a pesar no bolso dos brasileiros.
Porto Alegre
Em outra frente, em Porto Alegre, a Páscoa de 2025 está sendo marcada pelo barateamento dos preços da cesta de produtos tipicamente demandados pelas famílias na data, conforme levantamento realizado pela CDL POA (Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre) com base nos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE. De acordo com a análise desenvolvida pela Assessoria Econômica da entidade, houve queda de 5,7% no acumulado dos últimos 12 meses até março de 2025 na Região Metropolitana de Porto Alegre (RM de POA).
Segundo o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, a redução foi ainda mais acentuada em relação à média nacional (-0,6%). “Esse movimento foi puxado especialmente pela batata-inglesa e pela cebola, que apresentaram comportamento mais favorável localmente”, explica.
Enquanto o grupo de Alimentos e Bebidas teve alta de 7,68% no Brasil no acumulado de 12 meses até março de 2025, o avanço na RMPA foi mais contido, com variação de 5,00%. Esse descompasso, segundo Frank, pode ser parcialmente explicado pelos impactos climáticos que atingiram diferentes regiões do País. “As queimadas em larga escala em diversos biomas comprometeram a oferta de produtos alimentícios em vários estados, pressionando os preços em âmbito nacional”, afirma.
Apesar da deflação, o economista alerta para o efeito estatístico da base de comparação elevada. “No mesmo período do ano passado, a inflação da cesta de Páscoa havia sido de 9,8% para ambos os recortes geográficos. Portanto, embora o movimento atual deva ser visto como uma evolução, é fundamental que os consumidores continuem atentos, buscando oportunidades de economia por meio da pesquisa de preços e de uma boa organização financeira”, orienta Frank.
A metodologia adotada no estudo envolveu o uso de informações de 14 itens tradicionalmente consumidos na Páscoa, com base nos dados do IPCA, levantado pelo IBGE. As informações são da revista Veja e da CDL POA.