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“Não há fake news”, diz Eduardo Bolsonaro sobre alta do dólar

A declaração do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se deu em resposta a uma postagem do ministro da Secretaria de Comunicação Social. (Foto: EBC)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou na quarta-feira (18) que não há fake news impulsionado a alta do dólar. A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 6,27. Já nessa quinta-feira (19), após bater recorde de R$ 6,30 pela manhã, o dólar arrefeceu e fechou em queda de 2,32%, cotado a R$ 6,12.

A declaração do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se deu em resposta a uma postagem do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), que atribuiu a escalada da moeda à disseminação de notícias falsas.

Por meio de seu perfil no X (ex-Twitter), Eduardo Bolsonaro classificou a justificativa como a “mesma ladainha” usada durante o desastre no Rio Grande do Sul, em maio deste ano. “Não há fake news. Vocês gastam mais do que numa pandemia, atocham imposto até em blusinha da Shein e agora querem culpar os outros?”, perguntou o deputado.

A jornalista e apresentadora da GloboNews Daniela Lima havia sugerido na terça-feira (17.dez) que notícias falsas com declarações atribuídas ao próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, impulsionaram a cotação do dólar.

O Planalto concordou na quarta-feira com a avaliação da jornalista da emissora paga de notícias do Grupo Globo. Em sua postagem, Paulo Pimenta declarou que a indústria de fake news “está trabalhando” para a alta do dólar. “Influenciadores do setor financeiro repercutiram as mentiras, causando pânico no mercado e fazendo o dólar disparar ontem”, afirmou.

Pessoas estão compartilhando nas redes sociais que o próximo presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, teria afirmado que considera a alta do dólar artificial e que não enxerga o cenário econômico com preocupação. As publicações atribuem a ele a seguinte fala: “A meta é fazer a moeda estadunidense retornar aos R$ 5,00 ainda em 2025″.

Segundo o Estadão Verifica (serviço de checagem de informação do jornal O Estado de S. Paulo), o conteúdo da publicação é falso. Não há registro de que Gabriel Galípolo tenha dito as frases que circulam nas redes sociais. A agenda pública do diretor de Política Monetária do BC mostra que na terça e na quarta-feira ele participou de compromissos em Brasília fechados à imprensa. Na segunda, Galípolo estava em São Paulo, em outro encontro fechado. Portanto, não teve oportunidade de dar declarações públicas sobre a cotação recorde do dólar; além disso, não há registro de entrevistas do futuro presidente do BC em veículos de imprensa confiáveis.

O Banco Central não publicou posicionamento oficial sobre o boato, mas informou aos sites CNN e Investidor10 que as declarações atribuídas a Galípolo são “fake news”.

Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou, na noite de quarta-feira, ofícios à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para que sejam instaurados procedimentos policial e administrativo, respectivamente, para apuração de possíveis crimes contra o mercado de capitais, a partir da veiculação, em rede social, de desinformação envolvendo a política monetária brasileira, o Banco Central e seu futuro presidente, Gabriel Galípolo.

A atuação ocorre por meio da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), que foi acionada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), após ter sido identificada, na última terça-feira (17), uma série de postagens realizadas por um perfil da rede social X (antigo Twitter), atribuindo falsas declarações a Galípolo.

“As postagens trazem posicionamentos desprovidos de qualquer fundamento, prontamente desmentidas pelo Bacen, mas que ganharam repercussão significativa no mercado financeiro e em páginas e perfis especializados em análise econômica, fato que gerou impactos negativos na cotação do dólar”, informou a AGU.

 

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