Não há indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comprou brinquedos eróticos com o cartão corporativo, como alegam publicações nas redes sociais que citam uma lista que já circulava nas redes atribuída a outra pessoa desde, pelo menos, dezembro de 2022. Além disso, a planilha oficial que contém as despesas não especifica os itens comprados por Bolsonaro e ex-mandatários.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 1.800 compartilhamentos no Facebook, 16 mil curtidas no Instagram e 2,3 milhões de views no TikTok nessa quinta-feira (19).
Não há evidências de que Bolsonaro usou o cartão corporativo – criado para despesas eventuais e excepcionais de membros do governo federal – para comprar produtos eróticos. Nas planilhas oficiais de gastos do cartão não é discriminado os itens de cada compra, apenas datas, razões sociais, CNPJs e CPFs dos fornecedores e servidores que fizeram as compras, como as categorias dos gastos.
Além disso, uma lista idêntica, com itens como plug anal, creme para ejaculação precoce e assinatura de um site de conteúdo adulto, circula desde pelo menos dezembro do ano passado. Naquele mês, um grupo chamado EterSec atribuiu as supostas compras ao coronel Gladstone Barreira Júnior, ex-diretor do Departamento de Gestão do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
A suposta lista de compras do ex-presidente veio à tona pelo grupo hacker AnonFSA no dia 12 de janeiro. O grupo não diz que as compras foram feitas pelo cartão corporativo, mas publicou uma imagem com o nome “mamatacard”.
No dia 11, véspera da publicação da lista pelo grupo, a organização Fiquem Sabendo recebeu da Secretaria-Geral da Presidência da República os dados de gastos do cartão corporativo do ex-presidente Bolsonaro, que foram obtidos por meio de LAI (Lei da Acesso à Informação). O governo federal, no entanto, já havia publicado os dados em seu repositório de informações desclassificadas no dia 6 de janeiro.