Secretários estaduais da Saúde andam no mesmo barco: enfrentam mar violento, sem radar para localização de icebergs ou sinal do satélite que garanta a previsão do tempo. Não podem esquecer o ditado: os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais.
Com máximo cuidado
O documento do governo do Estado que trata de medidas para enfrentar o coronavírus foi escrito por malabarista que costuma andar sobre fio suspenso. Um trecho: “É uma estratégia mista, modulada e pactuada para equilibrar prioridade à vida com retomada econômica.”
Chance jogada fora
Por divergências, o Senado deixou de votar o Contrato Verde e Amarelo, modalidade de contrato de trabalho com redução dos encargos trabalhistas pagos pelas empresas e destinado a incentivar a abertura de vagas. O prazo da medida provisória terminou ontem. A expectativa do governo era gerar 1 milhão e 800 mil empregos até 2022 para jovens entre 18 e 29 anos.
Para não fechar a porta, o presidente Jair Bolsonaro vai editar nova medida com o mesmo conteúdo.
À espera do embarque
O que precisa ser destacado: 11 mil brasileiros já conseguiram retornar ao país. Cerca de 6 mil ainda devem chegar, dos quais 2 mil estão em Portugal. A ausência de voos comerciais tem sido um dos maiores problemas enfrentados. O trabalho incessante do Ministério das Relações Exteriores alcança resultado elogiado até por outras nações.
Atenção redobrada
A Federação Brasileira de Bancos alerta sobre o aumento no número de fraudes via aplicativos falsos. O mais cruel é que os criminosos se apossam de dados e retiram dos verdadeiros beneficiados o auxílio emergencial dado pelo governo federal.
Muitos autores do golpe estão sendo presos e sofrerão condenações.
Da vida à História
“Não permitirei que o Ministério se divida em dois: os comprometidos com a austeridade e os comprometidos com os gastos. Em meu governo, todos, absolutamente todos, ministros e dirigentes de empresas públicas terão que estar igualmente comprometidos com a geração de recursos e com as parcimônias nas despesas. (…) O governo não deve anunciar nada que não possa ser executado, nem enganar o povo com as promessas que não possam ser cumpridas.”
Trechos do discurso que o presidente Tancredo Neves faria na posse como presidente da República. Não pôde concretizar as ideias. Hoje, completam-se 35 anos de sua morte.
Reconhecimento
Acaba de ser sancionada a lei que inclui o diplomata e político Oswaldo Aranha no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que fica guardado na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A iniciativa foi do deputado federal Pompeo de Mattos, aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.
Em 1947, Aranha chefiou nossa delegação na recém-criada Organização das Nações Unidas. Estabeleceu a tradição, mantida até hoje, de ser um brasileiro o primeiro orador da sessão anual de abertura da Assembleia Geral.
Fotografia panorâmica
Brasília completa hoje 60 anos. O economista ambiental Jacques Ribemboim, em artigo publicado ontem pelo Diário de Pernambuco, perguntou: o que há para comemorar?
Entre várias respostas, destaco uma: “Cidade artificial, asséptica, sem graça. Assemelha-se a um imenso condomínio fechado, uma sereia perigosa para os que ali se dirigem e sucumbem ao canto mágico dos cargos comissionados e dos mandatos sem fim, de rococós e de rapapés. Acabam se esquecendo das tantas privações que existem para além de seus horizontes.”
Rica e distante
Ribemboim finaliza:
“Neste aniversário, nada de parabéns a você, Brasília. Em lugar de arroubos emproados, baixe sua crista sexagenária e escute humildemente o clamor que vem dos casebres simples do país verdadeiro.
Memória esmaecida
O isolamento dá um caráter diferenciado ao 21 de abril. Porém, há muitas décadas, o sacrifício de Tiradentes se reduz a mais um dia de folga e a um cerimonial restrito.
Mudou
Em anos anteriores, eram poucos os deputados estaduais que disputavam o Troféu Para-Raios. Agora, sob efeito da pandemia, haverá congestionamento.