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Geral “Não quero morrer”: viúvo relata últimas palavras de passageira morta a tiros por agente da Polícia Rodoviária Federal durante abordagem

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A estudante Anne Caroline Nascimento da Silva, de 23 anos, morreu no último domingo. (Foto: Reprodução)

Pouco após voltar de uma noite de comemorações, a estudante Anne Caroline Nascimento da Silva, de 23 anos, teria dito ao marido, em meio a lágrimas após ser baleada, que não queria morrer. Esse momento se deu quando o casal passava pela Rodovia Washington Luiz (BR-040), na altura do Parque das Missões, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ). O relato da jovem foi contado à tia dela, Janete Bezerra, pelo viúvo, Alexandre Melo, que dirigia o veículo quando foram feitos os disparos. Segundo ela, Alexandre afirma ainda que agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) efetuaram dez tiros contra o carro em que estavam.

O agente da PRF (Polícia Rodoviária Federal) preso após a morte de Anne Caroline Nascimento Silva, de 23 anos, baleada em uma blitz na Rodovia Washington Luís (BR-040), no Rio de Janeiro foi solto no domingo (18), ao passar pela audiência de custódia na Justiça Federal. O nome dele não foi divulgado.

“Ele nos conta que ela estava consciente quando foi atingida na cintura pelo tiro. Ela chorava e dizia ‘não quero morrer’. Cremos que ela ainda chegou com vida ao hospital, mas desacordada. Enterraram o sonho da minha sobrinha. Estamos todos muito abalados, sem chão. O Alexandre está inconformado, quer justiça, chora o tempo todo”, conta Janete.

Anne e o viúvo haviam saído de casa, no Parque das Missões, por volta das 19h de sábado (17). Os dois foram a um restaurante para comemorar os sete anos de relacionamento. Na volta para casa, o carro em que estavam, um Jeep Renegade, foi abordado por agentes da PRF.

À família da vítima, o viúvo de Anne contou que chegou a dar seta e, quando ele se preparava para parar numa agulha da pista, o veículo foi atingido. Apenas a jovem foi atingida. O policial foi preso em flagrante, mas liberado após audiência de custódia. Alexandre trabalha recolhendo óleo de cozinha de restaurantes, para reciclagem, segundo Janete.

Após ser atingida, Anne foi levada por Alexandre, com a ajuda dos policiais, para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas já chegou lá sem vida. A abordagem foi na Rodoviária Washington Luiz, sentido Baixada Fluminense, na altura do quartel do Corpo de Fuzileiros Navais.

O coletor de óleo Alexandre Roberto Ribeiro Mello, de 32 anos, disse que os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que atiraram contra o seu carro durante a abordagem foram responsáveis pela morte de sua esposa, Anne Caroline Nascimento Silva. O corpo dela foi enterrado por volta das 16h20 dessa segunda-feira.

Segundo Alexandre, ao contrário do que dizem os policiais, ele estava parando o carro e já tinha dado sinal com o pisca-alerta após os agentes ordenarem.

“Foi um assassinato. Ele descarregou o fuzil todo no carro. Os furos estão lá, os tiros estão todos no meu carro. (…) Foi execução”, disse Alexandre. “Minha esposa faleceu, ela não volta mais. Eu quero justiça contra ele. Eu vou até o final para ele ter a justiça merecida. Errou tem que pagar, matou tem que ser preso”, completou.

A Polícia Federal (PF) investiga a morte da estudante de enfermagem. Em nota, a PRF informou que a mulher foi atingida por disparos que teriam sido realizados pela equipe no local, “após acompanhamento tático a veículo suspeito em fuga”. Acrescentou que a vítima foi imediatamente socorrida por policiais, mas morreu durante a madrugada de domingo no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no Rio.

A família da jovem, no entanto, contesta a informação da PRF, e diz que Alexandre Melo, marido da estudante, atendeu a ordem dos policiais e parou o carro, mas, ainda assim, o casal foi atingido por dez disparos feitos pela equipe. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal Extra.

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