Sábado, 29 de março de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2025
O advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, refutou, nessa terça-feira (25), as acusações de envolvimento do ex-presidente no plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. Durante a primeira sessão do julgamento das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Vilardi afirmou que “não se achou absolutamente nada” que vincule Bolsonaro à trama golpista. A declaração foi feita no contexto da análise do caso pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que está julgando as denúncias contra Bolsonaro e outros sete acusados.
Na mesma ocasião, o advogado destacou que Bolsonaro foi o “presidente mais investigado do país” e questionou a credibilidade da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Vilardi ainda solicitou o que considerou ser um “acesso integral” às provas que embasaram tanto a denúncia da PGR quanto a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF), argumentando que esse acesso é fundamental para a defesa.
Embora a PGR tenha denunciado 34 pessoas no inquérito sobre o golpe, apenas Bolsonaro e outros sete envolvidos foram incluídos na pauta de julgamento da sessão dessa terça-feira e quarta (26). Essa divisão das denúncias, conhecida como “fatiamento”, foi adotada para acelerar a análise do processo. Para isso, a Procuradoria separou os denunciados em núcleos de atuação, sendo que o primeiro a ser julgado foi o considerado “núcleo crucial”. Segundo os procuradores, esse grupo foi responsável pelas principais ações e decisões que tiveram grande impacto social na tentativa de golpe.
As investigações indicam que o plano golpista começou a ser articulado mais de um ano antes das eleições de 2022, com a utilização indevida de órgãos públicos para coletar informações e enfraquecer a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro. Após a derrota nas urnas para o atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro e seu círculo próximo teriam elaborado um decreto que visava romper com a ordem constitucional do país, segundo a denúncia. No entanto, as defesas dos acusados negam veementemente qualquer participação no intento de golpe de Estado, alegando que as acusações não possuem base concreta.
O julgamento segue, e os próximos passos poderão determinar as responsabilidades dos envolvidos e os desdobramentos legais dessa trama que sacudiu o cenário político brasileiro. (Com informações do portal G1)