Sábado, 22 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2025
Confiante na consolidação de uma “superfederação” entre seu partido e o União Brasil, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), acredita que a agremiação se tornará o “player” mais importante para a corrida à Presidência do próximo ano, a qual ele considera uma disputa sem chance para uma terceira via. Aliado e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, hoje inelegível, Nogueira reconhece que os atores políticos envolvidos tendem a trilhar o caminho da “centro-direita”.
“A chance de um candidato centro-direita ganhar a próxima eleição é muito grande. A federação caminha para um apoio desse, mas isso não é algo decidido”, diz o presidente do PP.
Nogueira convocou a bancada da sigla no Congresso Nacional, além de dirigentes estaduais, para bater o martelo sobre a federação na terça-feira. Agora, só falta a deliberação do União Brasil.
— A seguir, leia a entrevista:
1) O PP e nem o União Brasil correm o risco de cair em cláusula de barreira. Qual é a vantagem da federação?
A criação da federação se torna o maior partido do país, em todos os sentidos, seja em número de prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais, deputados federais. Só o Senado que seremos o segundo. Isso também mexe com fundo eleitoral e tempo de televisão, o que é importante para as eleições do próximo ano. Até porque tem muita sinergia entre o os partidos de centro-direita e de perfil mais conservador. São mais pontos que nos aproximam do que nos afastam.
2) A federação se torna então um dos principais players da eleição de 2026.
Não é um dos players. É o player mais importante
3) O União tem uma ampla participação no governo e o senhor pede a saída do ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA). De que lado essa federação vai estar em 2026?
Se depender de mim, com Bolsonaro ou com o candidato de centro-direita que vier apoiado por ele.
4) Como essa decisão será feita dentro da federação?
Com convencimento e bom senso. A chance de um candidato de centro-direita ganhar a próxima eleição é muito grande. A federação caminha para um apoio desse, mas isso não é algo decidido. Primeiro, vamos decidir se vai ter federação, para depois ver essas questões e, com certeza, precisa ser um consenso entre os dois partidos.
5) O senhor disse recentemente que o Bolsonaro precisava se decidir.
Não foi isso que eu disse, não. Eu disse que, se fosse apoiar Tarcísio (de Freitas), Ratinho (Jr.), Tereza (Cristina) ou qualquer outro nome que não seja da família Bolsonaro, ele tem que se decidir ainda este ano. É minha opinião. Mas ele pode optar por um membro da família dele, que aí pode ficar pro próximo ano (de eleição presidencial).
6) Os senhores se encontraram depois dessa fala do senhor? Bolsonaro chegou a reclamar?
Não, ele sabe dessa minha opinião e não respondeu nem que sim nem que não.
7) Existe um prazo para a definição desse candidato?
Tem de ser este ano.
8) O União Brasil tem o governador Ronaldo Caiado como pré-candidato. Como ficará esse pleito dentro da federação?
Se Caiado se tornar um candidato viável, teria todo meu apoio. Agora, não vejo viabilidade nenhuma para nenhum candidato no país sem o apoio de Bolsonaro e de Lula. Fatalmente, qualquer um com o apoio desses dois estará no segundo turno. Não vejo possibilidade de terceira via no País. (As informações são do jornal O Globo)