Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2021
A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, decidiu se pronunciar após a agência de notícias estatal russa TASS afirmar que uma astronauta norte-americana fez um buraco na Estação Espacial Internacional (ISS) em 2018 para forçar um retorno antecipado à Terra devido a uma crise psicológica.
Segundo a TASS, um relatório teria apontado que as perfurações foram feitas na estação pela astronauta Serena AuñónChancellor depois que um coágulo se desenvolveu em sua veia jugular — o que teria causado “uma crise psicológica aguda”.
No Twitter, a administradora associada do Diretório de Missão de Exploração e Operações Humanas da Nasa, Kathy Leuders, disse apoiar Serena e sua conduta profissional, e ressaltou que não há “credibilidade nas acusações”.
“Os astronautas da Nasa, incluindo Serena Aunon-Chancellor, são extremamente respeitados, servem seu país e fazem contribuições inestimáveis para a agência”, escreveu Kathy Leuders.
O chefe da agência espacial dos Estados Unidos, Bill Nelson, repostou a mensagem de Kathy Leuders e afirmou que concorda com a afirmação. “Apoio totalmente Serena e sempre estarei atrás de nossos astronautas”, disse.
Relembre o caso
Em agosto de 2018, astronautas e cosmonautas (como a Rússia os chama) da ISS tiveram que consertar um buraco que apareceu na parede da cápsula Soyuz, que estava acoplada à estação, e estaria vazando oxigênio. A Soyuz é um tipo de nave espacial russa encarregada de levar à Estação Espacial Internacional e trazer de volta à Terra os astronautas em missão no espaço.
Felizmente, o problema não chegou a oferecer riscos à tripulação da ISS, em órbita a cerca de 400 quilômetros da Terra. O cosmonauta russo Serguei Prokopyev chegou a gravar um vídeo diretamente da estação espacial para tranquilizar as pessoas.
Segundo ele, a tripulação descobriu um buraco de 2 milímetros por onde o ar estava escapando e rapidamente o cobriram com três camadas de selante. “Como vocês podem ver, está tudo calmo a bordo. Estamos vivendo juntos e em paz como sempre”, disse na época.
Autoridades sugeriram então uma série de possíveis razões para o aparecimento do buraco. Investigadores russos disseram que ele havia sido feito deliberadamente e descartaram um defeito de fabricação.
O chefe da Roscosmos, Dmitry Rogozin, iniciou uma polêmica ao sugerir que o furo não foi gerado por acidente, mas teria sido feito com uma broca e de forma deliberada — seja na Terra, antes de partir em junho rumo à ISS, ou no espaço pela tripulação.
Já o comandante da ISS, o astronauta norte-americano Drew Festel, qualificou a sugestão de que a tripulação estava de alguma forma envolvida no problema como “embaraçosa”.