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Nasa detalha missão que vai trazer amostras de Marte; agência usará helicópteros

Desde 2021, 11 amostras atmosféricas e do solo já foram recolhidas pelo rover Perseverance na cratera de Jezero, em Marte. (Foto: Nasa)

A agência espacial americana (Nasa) anunciou detalhes de uma complexa missão que deve, até 2033, trazer pela primeira vez amostras de Marte para a Terra. Desde 2021, 11 amostras atmosféricas e do solo já foram recolhidas pelo rover Perseverance na cratera de Jezero, em Marte. A expectativa é que possam ser trazidas até trinta amostras. Para isso, além do Perseverance, serão utilizados dois novos helicópteros.

Inicialmente, um outro rover seria responsável por coletar as amostras e levá-las ao módulo de pouso, que contará com o minifoguete Mars Ascent Vehicle, mas essa etapa será realizada pelo próprio Perseverance, cujo desempenho superou as expectativas dos engenheiros.

Em 2028, a Nasa prevê o envio de um dispositivo que carregará o foguete Mars Ascent Vehicle, um braço robótico desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA) e os dois helicópteros, criados para realizar a coleta das amostras na superfície do Planeta Vermelho.

Eles foram desenvolvidos com base no Ingenuity, helicóptero da agência espacial americana que, desde o ano passado, já realizou mais de 29 voos em Marte e superou em mais de um ano sua expectativa de vida. Os novos serão equipados com braços robóticos e rodas e podem percorrer uma distância de 700 metros.

O braço robótico da ESA, chamado de Sample Transfer Arm, também coletará as amostras, que pesam cerca de 150g, armazenando-as no minifoguete. Elas serão transferidas para um orbitador, que, por fim, as trará para a superfície terrestre.

Segundo a Nasa, além de complexa, a missão desempenha o importante papel de permitir que os cientistas examinem as amostras com equipamentos que seriam muito grandes e complexos para serem enviados a Marte.

Presença de vida em planetas distantes

A Nasa também está desenvolvendo um novo plano para tentar identificar a presença de vida em planetas distantes. Para isso, busca desenvolver um novo sistema de telescópio que envolve a união de diversos CubeSats em pleno espaço. O Instituto de Conceitos Avançados da Nasa, quer utilizar o Sol como uma lente magnificadora e acelerar a observação de planetas distantes.

Os CubeSats são pequenos dispositivos de análise de condições climáticas da Agência Espacial, que acompanham a formação e evolução tempestades e tornados. O projeto recebeu financiamento de US$ 2 milhões e é um dos únicos projetos do Instituto de Conceitos Avançados a atingir a Fase III de desenvolvimento, o que significa que a Nasa está apostando no projeto.

Lente Gravitacional Solar

O plano é desenvolver um sistema capaz de lançar múltiplos CubeSats no espaço em uma viagem de 25 anos, para utilizar o sol como lente gravitacional – um método que utilizaria a luminosidade gerada pelo astro como lente de magnificação, que é possível no ponto SGL (Solar Gravitational Lens). Ao chegar no SGL, os CubeSats se uniriam em pleno espaço para formar um grande telescópio.

Mas conseguir esse feito não será simples, porque o SGL fica localizado entre 550 – 1.000 AU (Unidades Astronômicas) do lado oposto do Sol. Atualmente, o Voyager 1 levou 44 anos para chegar a 156 AU. Mas então como os CubeSats chegarão ao SGL em 25 anos? A ideia do projeto é utilizar o tamanho dos dispositivos e a força gravitacional do Sol para acelerar todo o processo.

O que abre um grande leque de variáveis, afinal é necessário garantias de que os CubeSats não irão se perder durante a viagem de 25 anos. Pois eles precisam se unir ao final da viagem de 25 anos, para construir o telescópio. Observando dessa forma, é possível perceber como o plano é ousado e possui variáveis arriscadas. De qualquer forma, o investimento da Nasa deve levar ao desenvolvimento de novas tecnologias, que com certeza servirão para facilitar a exploração do espaço.

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