Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2016
A atmosfera do planeta vermelho é composta em sua maioria por dióxido de carbono, além de nitrogênio e argônio, contando com uma pequena parcela de monóxido de carbono, vapor de água, óxido nítrico e, sim, oxigênio. Sabe-se que cerca de 0,2% da atmosfera de Marte é composta da substância e, pela primeira vez em 40 anos, a Nasa (agência espacial americana) detectou mais átomos de oxigênio por lá.
A descoberta foi feita graças ao Sofia (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy), observatório espacial localizado a 13,7 quilômetros acima da Terra. Os átomos de oxigênio foram encontrados na parte superior da atmosfera marciana (conhecida como mesosfera), e o feito poderá ajudar os cientistas e astrônomos a entenderem melhor como os gases nativos de Marte escaparam muitos anos atrás.
A última vez que foi detectada a presença de oxigênio em Marte foi durante as missões Viking e Mariner, da Nasa, enviadas ao nosso planeta vizinho na década de 1970. O motivo de tanta demora em identificar mais átomos desse gás por lá está na nossa própria atmosfera, mais especificamente no nosso céu azul.
Pamela Marcum, do projeto Sofia, explicou que “para observar os necessários comprimentos de onda em infravermelho a distância, a fim de detectar átomos de oxigênio, os pesquisadores precisariam estar acima da maior parte da atmosfera da Terra e utilizar instrumentos muito sensíveis – nesse caso, um espectrômetro”. E somente com o Sofia esse feito foi possível.
Por enquanto, a equipe de cientistas responsável pela descoberta ainda não anunciou exatamente a quantidade de oxigênio encontrada na mesosfera marciana; contudo, já disseram ter sido uma quantidade bem menor do que a esperada.
Diferenças.
Não obstante a descoberta possa ajudar a Nasa na missão de enviar astronautas ao planeta vermelho até 2030, ela não representa esperanças dos seres humanos respirarem em Marte sem a ajuda de equipamentos.
O oxigênio encontrado na mesosfera não é o mesmo que precisamos para sobreviver. Enquanto o oxigênio atômico é composto por apenas um átomo, a substância que respiramos é composta por dois átomos de oxigênio juntos.