Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2017
A Nasa (a agência espacial norte-americana) publicou no YouTube um vídeo elaborado com fotos de uma mancha gigantesca na superfície do Sol. As imagens foram feitas pela sonda não tripulada da SDO (Solar Dynamics Observatory) durante os últimos dias. Apesar de a mancha parecer relativamente pequena em relação ao astro, os astrônomos ligados à agência destacam que ela é maior que o diâmetro do planeta Terra.
De acordo com os cientistas, a mancha em questão é a primeira a surgir na parte visível do astro e jamais havia sido observada. Durante a redução da atividade solar, tais fenômenos são mais raros do que no período em que se encontra em nível estável. Há uma possibilidade de ela causar erupção solar, no entanto os astrônomos da agência norte-americana argumentam que ainda é cedo para tratar essa hipótese como algo concreto.
A atividade solar é definida pelo número de manchas e explosões na superfície do Sol, bem como pelas mudanças em seu campo magnético. O ciclo solar é de aproximadamente 11 anos, período que se caracteriza por tempestades geomagnéticas fortíssimas e frequentes, potencialmente causadoras de problemas técnicos ou mesmo de capazes de afetar os habitantes da Terra.
Como mostraram as observações, no fundo do corpo celeste está acontecendo, de fato, algo extraordinário. Assim, as fotos da SDO indicam que a camada onde surgem campos magnéticos perto da superfície está cada vez mais fina, o que afeta o comportamento das manchas na superfície solar.
Sonda
No final de maio, a Nasa confirmou um plano para lançar pela primeira vez uma sonda em direção à superfície do Sol, com o objetivo de colher dados para entender a atividade da estrela. O Solar Probe Plus voará diretamente até a coroa do Sol até atravessá-la pela primeira vez e se aproximará mais do que qualquer outra sonda, ficando a “apenas” 6 milhões de quilômetros da superfície solar, algo considerado extremamente difícil.
Em uma cerimônia na Universidade de Chicago (Estados Unidos), o chefe do programa de missões da Nasa, Thomas Zurbuchen, rebatizou a sonda com o nome de Sonda Solar Parker, em homenagem a Eugene Parker, astrofísico norte-americano que desenvolveu a teoria dos ventos solares supersônicos. Até agora, outras sondas se aproximaram para examinar os ventos solares e a coroa, mas nunca a uma distância tão curta, o que poderá responder a muitas perguntas sobre o comportamento da estrela.
A Sonda Parker está projetada para reunir dados em um ambiente de temperaturas extremas, com quantidades altas de radiação e a uma velocidade de 200 quilômetros por segundo, o que permitiria ir da Terra à Lua em meia hora, por exemplo.
“Até hoje, os equipamentos para que esta missão fosse possível não existiam”, afirmou Nicola Fox, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, responsável por desenvolver parte dos componentes da sonda. O lançamento de uma sonda que chegue até o Sol é atualmente uma missão impossível.
Para causar um impacto na superfície solar, uma sonda deveria ser capaz de atingir de 30 quilômetros por segundo na direção contrária da velocidade orbital do astro. A tecnologia de foguetes atuais, porém, só conseguiu um terço dessa velocidade.