Um estudo publicado na Revista Science Advances aponta que pesquisadores da Nasa poderiam usar fragmentos de gelo lançados por enormes gêiseres de Júpiter e Saturno para investigar a existência de vida, além da humana, no nosso Sistema Solar.
Recentes estudos acerca de Enceladus, o sexto maior satélite natural de Saturno, constataram que partículas incrustadas de gelo são expelidas no espaço pelos gêiseres. De acordo com os pesquisadores, esses fragmentos poderiam transportar células bacterianas e outras moléculas orgânicas.
Ao coletarem amostras do Enceladus e da Europa de Júpiter, a maior lua do astro, os cientistas poderiam desvendar possíveis condições favoráveis à vida presentes em oceanos subterrâneos, fora da Terra. É entendido que as células bacterianas podem estar concentradas apenas em um pequeno número de estruturas.
Para efeitos de análise, os cientistas simularam o cenário em um laboratório com a mistura de água líquida e células bacterianas desidratadas com nome de Sphingopyxis alaskensis, que são encontradas em geleiras e nos mares do Alasca, nos Estados Unidos.
Essas bactérias estão habituadas a viverem em ambientes inóspitos e com pouco alimento, cenário semelhante às condições dos oceanos subterrâneos em Saturno e Júpiter.
Um raio laser ficou encarregado de carregar as moléculas de água com as bactérias e, por meio de espectroscopia de massa — técnica que pode ser empregada por naves espaciais —, os cientistas reuniram medidas de diferentes comprimentos de ondas emitidos em luz pelas partículas.
Com isso, foi possível identificar as composições com aminoácidos e ácidos graxos. É considerado que a química presente em uma célula poderá ser identificada mesmo que apenas 1% dela esteja incrustada no gelo.