Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de janeiro de 2024
A espaçonave Peregrine, da Astrobotic, estava a caminho da Lua. Mas ocorreu uma falha de propulsão que a deixou incapaz de completar sua missão. No caminho de volta à Terra, a nave se desintegrou na atmosfera, na última quinta-feira (18).
A Astrobotic Technology de Pittsburgh anunciou, no X (antigo Twitter), que tinha perdido a comunicação com seu módulo de pouso lunar Peregrine às 13h50 (horário de Brasília). Isso indica que a espaçonave entrou na atmosfera da Terra sobre o Pacífico Sul por volta das 14h04.
A próxima missão comercial financiada pela NASA, pela Intuitive Machines de Houston, pode ser lançada já em meados de fevereiro.
Viagem
A viagem durou dez dias e cobriu pouco mais de 800 mil quilômetros – distância para a nave viajar além da órbita da Lua antes de voltar para a Terra. No entanto, a Peregrine nunca se aproximou de seu destino: o lado mais próximo da Lua.
As principais cargas na espaçonave eram da NASA, parte do esforço para colocar experimentos na Lua a um custo menor, por meio de empresas comerciais. O lançamento da Astrobotic foi o primeiro no programa, conhecido como Serviços de Carga Lunar Comercial, ou CLPS. A NASA pagou à Astrobotic US$ 108 milhões (aproximadamente R$ 533 milhões) para transportar cinco experimentos.
O Peregrine foi lançado sem problemas de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), em 8 de janeiro, no voo de estreia de um foguete totalmente novo conhecido como Vulcan. Mas logo após se separar do segundo estágio do foguete, uma grande falha ocorreu no seu sistema de propulsão, e a espaçonave não conseguiu manter seus painéis solares apontados para o sol.
Os engenheiros da Astrobotic conseguiram reorientar o Peregrine para recarregar sua bateria. Mas o vazamento de propelente tornou impossível o planejado pouso na Lua. A hipótese atual da empresa é que uma válvula falhou em fechar, o que causou um fluxo de alta pressão de hélio que rompeu um tanque de propelente.
Inicialmente, a Astrobotic estimou que o Peregrine ficaria sem propelente em alguns dias. Mas, à medida que o vazamento diminuiu, a espaçonave continuou a operar. Todas as dez cargas úteis, incluindo quatro da NASA, foram ligadas com sucesso (a quinta, um refletor a laser, não precisava de energia). Outras cargas, incluindo um rover construído por estudantes da Universidade Carnegie Mellon e experimentos para as agências espaciais alemã e mexicana, também foram ligados.
No fim de semana, a empresa disse que a espaçonave, desviada de seu curso pelo vazamento de propelente, estava num caminho para queimar na atmosfera da Terra. A empresa disse que decidiu deixar o Peregrine nessa trajetória para evitar a possibilidade de a espaçonave danificada colidir com satélites ao redor da Terra.