Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de abril de 2024
Uma nave espacial chinesa “se acoplou com sucesso” à estação espacial Tiangong, na sexta-feira (26), noite de quinta, 25, no Brasil, informou a imprensa estatal, no âmbito de um programa que pretende enviar astronautas à Lua até 2030.
A missão espacial chinesa Shenzhou-18, com três tripulantes, foi lançada na quinta a bordo de um foguete Long March 2F, que decolou do centro de lançamento de Jiuquan, no noroeste da China, às 20h59 locais (09h59 de Brasília).
A missão é liderada por Ye Guangfu, um piloto de caça que foi tripulante da missão Shenzhou-13 em 2021. Ele é acompanhado por Li Cong e Li Guangsu, que viajam ao espaço pela primeira vez.
Eles permaneceram na estação espacial Tiangong por seis meses, onde foram realizados experimentos “no campo da física básica em microgravidade, ciência de materiais espaciais, ciência de vida espacial, medicina espacial e tecnologia espacial”, indicou a Agência Espacial da China.
A nova tripulação substituirá a equipe da missão Shenzhou-17, que retornará ao espaço em outubro.
Impulso
O governo do presidente Xi Jinping impulsionou os projetos espaciais da China, injetando bilhões de dólares em seu programa liderado pelo Exército Chinês com o objetivo de alcançar a Rússia e os Estados Unidos.
Pequim pretende enviar uma missão tripulada à Lua até 2030 e construir uma base na superfície do satélite natural da Terra.
A China foi banida da Estação Espacial Internacional em 2011, quando os Estados Unidos proibiram a Nasa de trabalhar com o país, forçando Pequim a desenvolver sua própria estação espacial.
A tripulação desta última missão tentará montar uma proteção a bordo da estação e criar peixes em ambiente de microgravidade, segundo a agência Nova China.
Tiangong é o projeto emblemático do programa espacial chinês, que inclui robôs de exploração em Marte e para a Lua, além de tornar a China o terceiro país a colocar seres humanos na órbita terrestre.
Lua
A Agência Espacial da China tornou públicos os seus planos para uma aterrissagem na Lua. Se tudo correr como esperado, será na década de 2030. A Nasa planeja fazer o mesmo em setembro de 2026, embora os atrasos observados até o momento sugiram que a ideia deva ser adiada. Assim, existe a possibilidade de que no futuro ocorra uma reedição da corrida travada entre Estados Unidos e União Soviética nos anos 1960.
Até agora, a China já colocou três aparelhos na superfície lunar nos últimos anos e lançou com sucesso o satélite Queqiao-2 para melhorar a comunicação da Terra e apoiar as próximas missões na face oculta e no polo sul da Lua. E, se há meio século a União Soviética manteve seus planos em estrito sigilo – chegando a negar qualquer intenção de ir à Lua arriscando vidas humanas – agora o governo chinês adota uma política um pouco mais transparente.
A China ainda não fornece muitos detalhes, mas recentemente mostrou seus modelos de nave lunar com nomes específicos. Sua cápsula principal, que levará três astronautas à Lua e os trará de volta, será chamada Mengzhou (traduzida como “Nave dos sonhos”). Já o módulo de descida até a superfície foi batizado de Lanyue (“Abraço à Lua”).