Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2024
O influenciador Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, foi preso pela Polícia Civil gaúcha nesse domingo (14) na praia de Jurerê, em Florianópolis (SC). A Justiça do Rio Grande do Sul decretou a prisão dele por estelionato. Nego Di é acusado de lesar pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos por meio de uma loja virtual da qual é proprietário – mas os produtos nunca foram entregues. A investigação indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a ele na época, em 2022, passa de R$ 5 milhões.
“A fraude alcançou receita de mais de R$ 5 milhões (cinco milhões de reais) com a entrada de crédito, do período dos crimes, na conta da empresa. Contudo, o prejuízo estimado para as vítimas ficou abaixo dos 10% desse valor, sendo aproximadamente R$ 330 mil (trezentos e trinta mil reais), uma vez que centenas de vítimas não oficializaram seus prejuízos em sede de ocorrências policiais”, informou a polícia.
O sócio de Nego Di na empresa, Anderson Boneti, também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele foi preso na Paraíba em 25 de fevereiro de 2023, mas solto dias depois.
A loja virtual “Tadizuera” operou de 18 de março a 26 de julho de 2022, período durante o qual a Justiça determinou seu fechamento. Nego Di, famoso influenciador digital, promovia os produtos da loja, incluindo aparelhos de ar-condicionado e televisores, muitos deles com preços abaixo do mercado. Um exemplo é uma televisão de 65 polegadas oferecida por R$ 2.100.
Entretanto, a Polícia Civil revelou que parte dos seguidores de Nego Di, que hoje ultrapassam 10 milhões, comprou os produtos, mas nunca os recebeu. A investigação indica que não havia estoque e que o influenciador enganou os clientes ao prometer entregas que sabia que não ocorreriam. Apesar disso, ele movimentou os recursos financeiros que entravam nas contas da empresa.
As autoridades policiais tentaram várias vezes intimar Nego Di para prestar esclarecimentos, mas ele nunca foi encontrado. Estima-se que o prejuízo dos 370 clientes lesados seja superior a R$ 330 mil. No entanto, considerando as movimentações bancárias milionárias, suspeita-se que o número de vítimas seja ainda maior, embora muitas não tenham procurado a polícia.
Rifas virtuais
Nego Di também se envolveu na promoção de rifas virtuais, oferecendo prêmios atraentes como dinheiro via PIX, celulares, videogames e até carros. O Ministério Público do Rio Grande do Sul afirma que essa ação configurou lavagem de dinheiro.
Entre os prêmios anunciados, estava uma Porsche, promovida por Nego Di com o slogan: “A Porsche pode ser tua por apenas 0,99 centavos. Vai levar essa pra casa com 10 bilhetes premiados valendo 10 mil cada”. O sorteio de um carro de luxo blindado em janeiro chamou a atenção do MP, resultando em uma operação realizada na sexta-feira (12) em Santa Catarina. A esposa de Nego Di, Gabriela Sousa, foi presa em flagrante, mas liberada após pagar fiança de R$ 14 mil.
A investigação revelou que os depósitos das rifas eram canalizados para contas vinculadas à esposa de Nego Di, empresas em nome do casal e até parentes, totalizando movimentações financeiras de R$ 2,6 milhões.
Resposta de Nego Di
Em uma publicação, no sábado (13), no X, Nego Di afirmou: “Estou aqui pra dizer que eu e minha esposa, estamos bem! Tá tudo bem, graças a Deus. Estávamos preparados para o que aconteceu ontem. Nós sabíamos que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e todo mundo sabe o porquê do que aconteceu”.
Ele continuou: “Muito obrigado por todas as mensagens de carinho e, podem ter certeza, de que meu trabalho e minha vida não vão parar. Estamos juntos, amo muito vocês e no processo, provaremos tudo o que tiver que provar! Seguimos de pé e com Deus no coração SEMPRE!”.
Posição da Defesa
Os advogados de Nego Di e Gabriela Sousa emitiram uma nota esclarecendo que ainda não tiveram acesso ao inquérito conduzido pelo Ministério Público. “Reiteramos que todos os detalhes da situação e a inocência serão devidamente esclarecidas e comprovadas dentro do processo. Ressaltamos também a importância de evitar especulações e a divulgação de informações referentes a processos que tramitam sob sigilo, a fim de preservar a integridade das investigações e dos envolvidos.”
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