Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2024
A visita de Xi Jinping a Brasília, durante o G20, marcou uma nova aproximação entre Brasil e China. Os 37 acordos de cooperação assinados no Palácio da Alvorada prometem alavancar o desenvolvimento brasileiro com um grande volume de investimentos em áreas como a industrialização, agronegócio e infraestrutura. Com a elevação do status diplomático, pode avançar também no ranking dos maiores investidores — de olho especialmente nos grandes projetos de infraestrutura.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, com um fluxo de US$ 157 bilhões no ano passado, sendo US$ 51,1 bilhões de superavit para o lado brasileiro. A maior parte das exportações brasileiras é do agronegócio, e as importações são, majoritariamente, componentes eletrônicos e produtos industrializados.
O destaque da visita de Xi certamente foi o anúncio de uma “sinergia” entre os projetos brasileiros de desenvolvimento e a Iniciativa Cinturão e Rota, a “nova rota da seda”, que reúne investimentos da ordem de US$ 1 trilhão em 120 países diferentes. O Brasil se negou a aderir formalmente à iniciativa, mas chegou a um acerto diplomático em que mantém sua autonomia para decidir caso a caso quais projetos receberão investimentos e dribla possível mal-estar com os Estados Unidos.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e órgãos públicos do governo da China assinaram, no dia 20 de novembro, documentos de entendimento para a promoção da indústria, da micro e pequena empresa e do desenvolvimento sustentável. Os entendimentos, que reforçam a parceria estratégica entre os dois países, foram firmados durante os eventos que marcaram a visita do presidente da China ao Brasil.
“As iniciativas que estamos implementando em parceria com o governo chinês estão alinhadas com a agenda de desenvolvimento sustentável do governo do presidente Lula, especialmente, com as premissas da Nova Indústria Brasil e do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Essas ações incentivam a inovação, a competitividade e a sustentabilidade, gerando emprego e renda”, afirmou o vice-presidente e ministro do Mdic, Geraldo Alckmin.
Os três documentos assinados entre órgãos dos dois países englobam ações em um Memorando de Entendimento, uma Carta de Intenções e um Plano de Ação, com medidas a serem implantadas pelos governos do Brasil e da China e de incentivo a empresas de ambas as nações, seja no segmento industrial, seja para micro, pequenas e médias empresas.
Desenvolvimento sustentável
O primeiro documento assinado entre Mdic e o Ministério do Comércio chinês, é uma Carta de Intenções sobre a Promoção da Cooperação de Investimento para Desenvolvimento Sustentável e terá validade pelo período de três anos. Entre os compromissos, estão a cooperação e investimento no domínio da economia circular; no melhoramento da sustentabilidade do transporte e logística, com redução de emissões relacionadas; na geração de energia renovável, especialmente a fotovoltaica; e incentivo a empresas de ambos os países a participarem conjuntamente de pesquisas, desenvolvimento e investimentos na descarbonização, fomentando o intercâmbio de tecnologias e conhecimento.
Já o Plano de Ação para Promoção do Investimento Industrial e Cooperação 2024-2025, assinado entre MDIC e Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, dá sequência a um Memorando de Entendimento firmado entre as duas partes em 2023. O Plano prevê que os investimentos e cooperação nos setores industriais relevantes ocorram de forma orientada pelo governo e com base em práticas empresariais, observando as respectivas realidades e estratégias de desenvolvimento de cada país. A revisão da implantação do plano está prevista para o segundo semestre de 2025, e será definida em reunião conjunta, com foco na cooperação em áreas-chave e no progresso de projetos prioritários.
Por fim, assinado pelo Mdic, pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) e pelo Ministério do Comércio da China, o Memorando de Entendimento para Promoção da Cooperação Econômica e Comercial sobre Micro, Pequenas e Médias Empresas. Considerando a importância desse segmento para o PIB e para a geração de empregos e exportação de ambos os países, o Memorando visa aprimorar o ambiente de negócios e fomentar seu crescimento e sua participação no comércio internacional, especialmente no fluxo comercial bilateral, de uma forma mais sustentável, qualificada e diversificada. As informações são do jornal Correio Braziliense e da Agência Gov EBC.