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Brasil Nenhum brasileiro tem saudade do tempo em que nosso governo proibia viajar com cartão de crédito

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Apesar dos pagamentos com cartão de crédito e com o pré-pago no exterior incorrerem na cobrança de IOF de 6,38%, essa prática é mais segura do que andar com os bolsos recheados de dólares. Crédito: Reprodução

Poucos têm idade para lembrar, mas até o final dos anos 1980 a política de controle cambial impedia que brasileiros tivessem cartão de crédito internacional. Os poucos brasileiros que podiam viajar eram obrigados a sair do Brasil com os bolsos recheados de dólares cash.

Esses dólares, por sua vez, não eram comprados legalmente. O contribuinte só tinha direito a comprar mil dólares por ano, e ainda assim mediante apresentação de uma passagem internacional devidamente emitida. O resto você comprava com o doleiro do seu agente de viagens. O governo fingia que era possível fazer uma viagem internacional de 30 dias com mil dólares, e o viajante fingia que conseguia.

A liberação dos cartões internacionais (e da compra livre de moeda estrangeira) só viria com, pasme, o ex-presidente Fernando Collor. O brasileiro podia enfim viajar ao exterior sem se sentir um cidadão de segunda classe.

Upgrade.
Em meados da década de 1990, alguns bancos começaram a oferecer a possibilidade de fazer saques em moeda local em caixas automáticos no exterior. Nas minhas viagens, isso significou um upgrade: em uma Europa pré-euro, era possível obter moeda local sem perder tempo (e dinheiro) com casas de câmbio, que naquela época eram cheias de pegadinhas. A dupla cartão de crédito + cartão do banco passou a ser o meu kit completo de dinheiro para qualquer viagem.

Os anos 2000 trouxeram o cartão pré-pago – que logo caiu no gosto dos viajantes brasileiros, receosos das desvalorizações do real entre o momento da compra e o vencimento da fatura do cartão de crédito.

Em dezembro de 2013, porém, o cartão pré-pago sofreu um golpe mortal: passou a ser taxado em 6,38% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a exemplo do cartão de crédito e do saque internacional.
Resultado: o brasileiro voltou a viajar com os bolsos recheados de dólares, como se fosse 1980 e o dinheiro não tivesse procedência legal.

Cintos internos para esconder dinheiro voltaram a ser um item do vestuário do viajante. Passamos a ser alvo de quadrilhas na Argentina e Orlando (EUA), que sabem que viajamos com dinheiro vivo. E, em uma conjuntura de ajuste fiscal, não há a menor chance de que esse imposto dos cartões venha a ser revogado tão cedo.

Se você me vir em uma casa de câmbio, pode ter certeza de que estou fazendo pesquisa de campo para leitores. Pessoalmente, continuo com o meu kit cartão de crédito + cartão de banco para saques. Os 6,38% são uma taxa de conveniência que eu pago para mim mesmo. (Ricardo Freire/AE)

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