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Por Redação O Sul | 10 de abril de 2017
Na quarta-feira (12), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anuncia a sua decisão sobre a Selic (taxa básica de juros), atualmente em 12,25% ao ano. A expectativa do mercado é de um corte de um ponto percentual, com mais reduções ao longo do ano – o consenso entre os economistas é que a taxa encerrará 2017 em 8,75%.
Isso significa que a renda fixa perderá atratividade, e o brasileiro que quiser rendimentos maiores para suas aplicações terá de correr riscos. As opções clássicas são aplicar em ações, abrir um negócio ou investir em imóveis, apostando na alta dos preços – movimento comum quando os juros básicos da economia caem.
O investimento em imóveis reflete o perfil conservador da maioria dos brasileiros. Afinal, a trajetória de queda da Selic deve pôr fim à era do rendimento acima de 1% mensal na renda fixa. Um título pós-fixado que acompanha a Selic, por exemplo, pagava mais de 1,1% ao mês quando os juros básicos eram de 14,25% ao ano, entre julho de 2015 e outubro de 2016. No patamar atual, de 12,25%, a rentabilidade mensal por um período de 12 meses já seria pouco abaixo de 1%. Com novas reduções da Selic, o 1% mensal ficará ainda mais distante.
“Baixar de 1% ao mês é quebrar uma barreira psicológica do brasileiro, que vai ter de assumir mais risco”, prevê o economista e consultor Luiz Gustavo Medina. “Acabou a moleza de retorno sem risco”, disse. Ele acredita que esse movimento de retorno para os imóveis deve resultar na elevação dos preços do setor já no início do ano que vem.
O servidor Rodolfo Marcílio Teixeira, de 40 anos, já é dono de um imóvel alugado e pretende comprar outro. Preocupado com a reforma da Previdência, ele quer garantir um complemento para sua renda no futuro. “É uma forma alternativa de aposentadoria privada. Sou muito conservador para o mercado financeiro”, admite Teixeira.
E é justamente o perfil conservador dos investidores brasileiros que está fazendo o setor imobiliário esperar um movimento maior a partir do fim deste ano. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, lembra ainda que os juros menores favorecem o financiamento da casa própria.
Além disso, com a queda do rendimento da renda fixa, pode haver uma migração para a caderneta de poupança, cujos recursos são usados pelos bancos para o financiamento habitacional. Ou seja, a partir do segundo semestre, deve sobrar recursos para esse tipo de crédito. (AG)