Em 24 de janeiro se comemora o Dia Internacional da Educação, mas o Brasil não tem muitos motivos para comemorar ou pelo menos poderia estar melhor nesse quesito. De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), criado em 2007, que avalia a qualidade da educação ao combinar o fluxo escolar e o desempenho nas avaliações, o país não atingiu a meta nacional para os anos finais do Ensino Fundamental (entre o 6º e o 9º ano) e para o Ensino Médio em 2023. No entanto, conseguiu cumprir a meta nacional para os anos iniciais do ensino fundamental com nota 6.
Na terça-feira (14) o presidente da República Luiz Inácio da Silva e o ministro da Educação, Camilo Santana, lançaram o programa Mais Professores para o Brasil, com o objetivo de qualificar os profissionais e incentivar a docência no país. O programa vai beneficiar 2,3 milhões de professores, que devem impactar a qualidade do ensino, ofertado a 47,3 milhões de estudantes. De acordo com Camilo Santana, o investimento no programa leva em conta que o fator intraescolar mais impactante na aprendizagem dos estudantes no Brasil é o professor: “Segundo a Fundação Getúlio Vargas , esses profissionais são responsáveis por 65,7% do resultado de aprendizagem no ensino fundamental e por 47% no ensino médio,” disse ele ao portal do governo federal.
Ainda em depoimento ao portal, o ministro continuou: “Os desafios do magistério são complexos, mas todas as políticas educacionais adotadas pelo MEC dependem de bons professores em sala de aula e, por isso, estamos criando o Mais Professores. Esse é o início de uma estratégia que está sendo estabelecida para atrair novos professores e fortalecer, reconhecer e valorizar os que já fazem parte da rede de educação básica”. No ano passado também forma lançados o Programa Pé-de-Meia que ajuda financeiramente a estudantes e o Escola em Tempo Integral.
Para a professora e doutora em Ciências Sociais, Cristina Nunes, a Educação, no geral, ainda é preciso melhorar muito. “Mas eu também considero uma boa notícia que as notas do Enem aumentaram, embora as da redação tenham caído. Isso é falta de leitura e é preciso que essa garotada tome gosto e passe a ler. Então, eu acredito que com essa proibição dos celulares na sala de aula, os alunos vão ficar mais atentos e talvez o professor tenha oportunidades em sala de aula de trabalhar a leitura com eles.”
Professor de história das redes pública e particular do Rio de Janeiro, Roberto Antunes não vê motivos para festejar. “24 de janeiro: Dia Internacional da Educação. Comemorar o quê? Talvez muito, estivéssemos nós na Finlândia ou na Coreia do Sul. Mas se a comemoração é internacional, não há como esquecer a total desigualdade vista na Educação em todo o mundo. Em países como o Brasil, no qual a Educação é vista como gasto e não investimento. É triste falar em Educação e na situação da grande parte dos professores, mal remunerados e sem atenção real à sua qualificação. Os números mostram isso, seja em exames internacionais, seja no campo interno, é fácil percebermos as incongruências do setor. Professores mal pagos não são valorizados. E toda sociedade que pense em seu desenvolvimento futuro tem que apostar na Educação como o caminho mais seguro para a garantia plena de justiça e igualdade para todos os seus cidadãos. Sendo assim, volto à frase inicial: comemorar o quê?”.
Se o governo tenta de alguma forma fazer a sua parte, a Rede Particular também tenta inovar neste momento de refletir sobre os avanços e desafios do ensino no Brasil e no mundo. Em 2025, a educação brasileira segue sendo transformada por metodologias inovadoras, avanços tecnológicos e a valorização de competências essenciais para o futuro. A psicóloga Débora Queiroz enfatiza: “A escola não é apenas um espaço de aquisição de conhecimento, mas também um ambiente de socialização, construção de valores e desenvolvimento de competências emocionais. É nela que os jovens aprendem a enfrentar desafios e a se tornarem cidadãos críticos.” As informações são do jornal O Dia.