Ainda em 2013, Neymar desembarcou em Barcelona com 21 anos e status de promessa. Diante de superastros, ficou tímido – algo incomum com o seu estilo. Então, durante um churrasco de confraternização do elenco catalão, a mão foi estendida pelo argentino Lionel Messi, que se tornaria um dos seus melhores amigos. Ali nascia o “NeyMessi”, uma relação de amizade, títulos e que estará frente a frente no Maracanã, na final da Copa América.
“Você tem que ser você. Seja você, como você era no Santos, jogue o seu futebol, dribla, chuta, não precisa ficar intimidado porque eu estou aqui”, disse Messi a Neymar, como revelado pelo brasileiro em entrevista ao programa Altas Horas.
Neymar cresceu, se soltou e retribuiu o favor. Introvertido, Messi viu a influência do brasileiro ajudá-lo. O caso mais emblemático foi quando platinou o cabelo em 2016, algo que assustou a muitos. As tatuagens começaram a surgir e ficaram mais evidentes. Um novo Messi que, segundo Antonella Roccuzzo, esposa do argentino, seria a sua “melhor versão”.
A proximidade também apareceu através de uma brecha. O meia Fàbregas e o goleiro Pinto eram os melhores amigos de Messi no Barcelona, mas deixaram o clube pouco após a chegada do brasileiro. Brincadeiras e gozações viraram rotina desde então.
“Messi se preocupou em entrosar Neymar desde o início. O apresentou ao vestiário, o deixou a vontade e se tornou um amigo. Isso virou uma parceria dentro e fora de campo. O filho do Neymar brinca com os de Messi, as famílias são amigas”, conta Ramiro Pérez, do jornal espanhol “Marca”.
O bom relacionamento já fez o brasileiro chamar Messi para curtir Réveillon no sul do Brasil, mas o argentino preferiu ficar com os familiares em Buenos Aires. Neymar também o chamou para conhecer a sua casa em Guarujá durante as férias.
Outra peça que reforçou a amizade entre Messi e Neymar foi a chegada de Luis Suárez, em 2014. Além da influência do uruguaio no “Trio MSN”, o mesmo churrasco de confraternização foi feito para uni-lo à dupla.
“Os três se entendiam, conheciam o papel um do outro e formaram o melhor tridente do mundo em décadas. Formaram uma amizade dentro e fora de campo”, diz Gabriel Sans, do jornal “Mundo Deportivo”.
Companheiros de 2013 a 2017, Neymar e Messi ganharam juntos pelo Barcelona o Mundial de Clubes (2015), a Liga dos Campeões (2015), o Campeonato Espanhol (2015 e 2016), a Copa do Rei da Espanha (2015, 2016 e 2017) e a Supercopa da Espanha (2014). A saída do brasileiro para o PSG foi o momento mais complicado da relação, pois Messi queria vê-lo herdando a camisa 10 do clube espanhol.
“Somente juntos poderemos vencer a Champions League. Eu quero que você volte. Daqui a dois anos eu vou embora e você ficará sozinho. Tomará meu lugar”, disse Messi a Neymar, segundo a revista “France Football”.
Messi leva vantagem
Na única final oficial disputada entre eles, o argentino levou a melhor. Messi liderou o Barcelona diante do Santos na decisão do Mundial de Clubes de 2011, e marcou na goleada por 4 a 0, em Yokohama, no Japão.
No retrospecto geral do confronto entre os dois, contando jogos entre clubes e seleções, Messi se dá melhor, com três vitórias contra duas do brasileiro. O argentino também leva grande vantagem nos gols marcados (6 a 1), mas não vence Neymar desde 2012.
Entre 2017 e 2019, Brasil e Argentina se encontraram quatro vezes, mas em nenhuma delas Neymar e Messi estiveram em campo ao mesmo tempo. Levando em conta os números apenas por seleções, o duelo está empatado em 2 a 2.
O tira-teima já tem dia, hora e local marcados: este sábado, 21h, no Maracanã. As informações são do jornal O Globo.