Por Redação O Sul | 21 de março de 2025
Problemas de saúde levaram o atacante Neymar Jr., do Santos, a cantora Jojo Todynho e a também cantora Preta Gil a serem submetidos a cirurgias recentes em hospitais particulares. Os procedimentos aos quais eles passaram também estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), mas podem levar até um ano após o paciente solicitá-la – sem contar o prazo de consultas e exames que os antecedem.
Como revelou o jornal O Globo, o tempo médio para consultas e cirurgias no SUS se manteve em um patamar recorde desde o fim da pandemia de Covid-19. Pacientes precisaram aguardar, em média, 52 dias para realizar um procedimento em 2024.
Das cirurgias feitas pelas três celebridades, a que tem maior tempo de espera é a bariátrica, pela qual passou Jojo Todynho. Ao todo, o jornal O Globo considerou cinco tipos de procedimentos disponíveis no SUS, que levam em média 63 dias para serem realizados. Em alguns casos, o tempo de espera é maior, como a gastroplastia vertical com bandagem, que em 2024 foi realizado, em média, após 384 dias do pedido ter sido feito pelo paciente — ou seja, pouco mais de um ano.
No caso de Neymar, o jogador sofreu uma lesão durante uma partida da Seleção Brasileira, em outubro de 2023. Para voltar aos campos, o atleta precisou passar por uma cirurgia de reconstrução de ligamento do joelho poucos dias depois em um hospital de Belo Horizonte.
Já para pacientes do SUS, a mesma cirurgia ortopédica demorou, em média, 161 dias no ano passado – ou seja, mais de cinco meses.
O caso da cantora Preta Gil foi ainda mais complicado. A cantora precisou ser submetida a uma cirurgia de 21 horas para a retirada de cinco tumores em locais diferentes do corpo. No SUS, procedimentos como o de Preta são categorizados como “procedimentos sequenciais em oncologia” e levam, em média, 26 dias para serem executados.
A cantora retirou em dezembro dois tumores nos linfonodos (estruturas que atuam na remoção de impurezas e na defesa do organismo), um nódulo no ureter (tubos que transportam urina dos rins para a bexiga) e tumores que se espalharam no peritônio (uma membrana que reveste a cavidade abdominal e os órgãos abdominais).
Após o procedimento, a cantora precisou colocar uma bolsa de colostomia permanente, procedimento também disponível no SUS. Para os pacientes do governo federal, o tempo de espera para o procedimento chega a um mês. Foram mais de 370 cirurgias no último ano para a colocação da bolsa coletora.
O Ministério da Saúde afirma que a redução no tempo de espera de consultas, exames e cirurgias no SUS é a prioridade do novo ministro, Alexandre Padilha. A pasta tenta avançar com o Programa Mais Acesso a Especialistas, lançado em abril do ano passado com o intuito de tornar mais rápido o acesso da população ao atendimento em cinco áreas com mais demanda (oncologia, oftalmologia, cardiologia, ortopedia e otorrinolaringologia).
Em nota, a pasta afirmou que tem adotado iniciativas que já ajudaram a reduzir as filas e, no ano passado, “registrou recorde histórico” de cirurgias eletivas. “Foram mais de 14 milhões de procedimentos realizados, um crescimento de 37% em relação a 2022”, diz a nota.
