O que parecia apenas um sonho distante se tornou realidade: Neymar cumpriu sua promessa de 12 anos atrás e está de volta ao Santos. O período é inicialmente curto (6 meses, com possibilidade de renovação de mais um ano), mas a atitude do jogador de voltar para seu “berço” é louvável.
Ele poderia escolher diversos outros clubes do mundo, certamente teria mercado (não mais na elite europeia, neste momento), ou mesmo ficar no Al-Hilal, da Arábia Saudita, sem jogar mas enchendo o bolso de dinheiro, ou quem sabe escolher algum dos super ricos do Brasil no momento, como Flamengo e Palmeiras – apesar de Leila Pereira ter fechado as portas a ele. Mas Neymar teve a melhor decisão de sua carreira esportiva desde que saiu do Santos para para o Barcelona.
Ele abriu mão de quase R$ 400 milhões e optou por retomar o bom futebol em casa. E para um jogador acostumado à elite mundial do futebol, por mais que o Santos seja seu lar, não é fácil voltar ao clube agora.
O clube paulista acabou de subir da Série B nacional, está em um patamar muito abaixo das principais potências econômicas do País e não deve oferecer possibilidades como o time que ele deixou há 12 anos e que era um dos melhores do Brasil. Sequer vai passar perto de sonhar com grandes títulos no momento, além de um elenco remendado com poucos reforços (como Tiquinho Soares e Zé Rafael) e alguns que estavam na campanha da Segunda Divisão, ano passado.
Literalmente, Neymar volta ao Santos porque quer. E isso é louvável. Torna a sua figura mais humana e aproxima do torcedor comum, aumentando sua idolatria e deixando perto aqueles que estavam mais afastados do craque pela imagem que construiu ao longo dos últimos anos, onde o futebol estava em segundo plano e fez ele figurar mais em noticiários de fofoca de subcelebridades que nos de esporte.
Deixar o Barcelona, com Messi & cia., para buscar um protagonismo que ele nunca teve no PSG, mostrou-se um erro. E equívoco ainda maior foi o de abandonar a França para ir para o Al-Hilal em busca de apenas dinheiro em uma liga de nível técnico raso.
Mas, assim como quando Maradona voltou para o Boca Juniors, ou Ronaldo no Corinthians, Neymar estará mais perto do povo brasileiro e pode recuperar o bom futebol no Santos, mesmo que seja um “trampolim” para voltar à Europa. O fato é que realmente dá para acreditar que o atacante quer mesmo estar na Copa do Mundo de 2026.
As lesões desde o Mundial do Catar o afastaram da Seleção Brasileira, com os sucessivos fracassos de Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior fazendo a torcida sentir saudade de Neymar. Mas a volta ao Santos é realmente uma demonstração de que ele está disposto a “comer grama” para estar na Copa na América do Norte. Aguardemos cenas dos próximos capítulos. (Estadão Conteúdo)