Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de dezembro de 2020
Nicette Bruno tinha 87 anos.
Foto: Reprodução/InstagramMorreu na manhã deste domingo (20), aos 87 anos a atriz Nicette Bruno. A artista estava internada com Covid-19 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro.
De acordo com o boletim médico divulgado neste sábado (20), o estado de saúde de Nicette “era considerado muito grave”. Ela estava sedada e dependente de ventilação mecânica. A informação da morte foi confirmada pela hospital por volta das 13h20. Conforme a Casa de Saúde São José ela morreu por “complicações decorrentes da Covid-19”.
“A Casa de Saúde São José informa que a atriz Nicette Bruno, que estava internada no hospital desde 26 de novembro de 2020, faleceu hoje, às 11h40, devido a complicações decorrentes da Covid-19. O hospital se solidariza com a família neste momento”, diz a nota de divulgação do hospital.
A filha de Nicette Bruno, a também atriz Beth Goulart, fez uma corrente de oração nas redes sociais para a recuperação da mãe. Em uma de suas publicações, ela deixou um recado para seus seguidores e afirmou que “a fé nos fortalece”.
Em outra publicação, postou uma oração dedicada “para todos os doentes de Covid”. “Fortalecimento para os familiares e para as equipes de saúde que estão trabalhando incansavelmente. Gratidão a todos”, escreveu.
Trajetória
Nicette nasceu no dia 7 de janeiro de 1933, em Niterói, no Rio de Janeiro, filha de Eleonor Bruno Xavier, médica e atriz, e Sinésio Campos Xavier, que se dedicava às finanças, ocupando cargo no Tesouro Nacional. Desde muito pequena, adotou a arte como profissão. Iniciou a carreira artística aos 4 anos, na Rádio Guanabara, no programa infantil de Alberto Manes.
Cinco anos depois, Nicette ingressou no grupo de teatro da Associação Cristã de Moços, e os palcos entraram de vez na vida da atriz. Aos 14 anos, já era profissional, contratada pela Companhia Dulcina-Odilon, da atriz Dulcina de Morais. Estreou na peça A Filha de Iório, de Gabriele D’Annunzio. Sua atuação valeu a medalha de ouro de Atriz Revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais.
E foi no teatro que Nicette, aos 19 anos, encontrou o amor de toda a sua vida: o também ator Paulo Goulart. Em 1952, a carioca e o paulista de Ribeirão Preto conheceram-se no palco e trocaram os primeiros beijos nos camarins nos intervalos do espetáculo Senhorita Minha Mãe. Da união, oficializada em 1954, nasceram três filhos: os atores Paulo Goulart Filho, Bárbara Bruno e Beth Goulart. O ator faleceu em 2014, prestes a completar 60 anos de casado.
Nicette e Paulo Goulart fundaram em 1953 a companhia Teatro Íntimo de Nicette Bruno, o Tinb, com atores como Tônia Carrero, Rubens de Falco e Walmor Chagas. Nas décadas de 1950 e 1960, Nicette integrou praticamente todas as principais companhias de teatro do País.
Nicette Bruno estreou na TV Tupi tão logo ela foi inaugurada, em 1950, fazendo participações em recitais e teleteatros, como em A Corda. Atuou na primeira adaptação do Sítio do Picapau Amarelo, exibida de 1952 a 1962. Anos depois, de 2001 a 2004, viveria a Dona Benta na segunda versão do seriado produzida pela Globo. Trabalhou no programa Dona Jandira em Busca da Felicidade (1953), da TV Continental, com Paulo Goulart.
Sua primeira telenovela foi Os Fantoches (1967), de Ivani Ribeiro, na TV Excelsior. Participou ainda de novelas da Tupi, como Meu Pé de Laranja Lima (1970); Éramos Seis (1977); e a inacabada Como Salvar Meu Casamento (1979).
Nicette Bruno começou a trabalhar na Globo em 1981 em Obrigado, Doutor, como a freira Júlia, auxiliar do protagonista Francisco Cuoco. Sua primeira novela na emissora foi Sétimo Sentido (1982), de Janete Clair. Em seguida, fez a novela Louco Amor (1983). Participou das minisséries Meu Destino é Pecar (1984), e Tendas dos Milagres (1985).
A atriz trabalhou ainda no remake da novela Selva de Pedra (1986); em Bebê a Bordo (1988) na novela Rainha da Sucata (1990); em Perigosas Peruas (1992); e no remake de Mulheres de Areia (1993).
A malvada Úrsula, de O Amor Está no Ar (1997), foi a sua primeira vilã em novelas da Globo. Atuou em minisséries como Labirinto (1998), e Aquarela do Brasil (2000), na novela Andando nas Nuvens (1999), de Euclydes Marinho, e nos programas Você Decide e Brava Gente.
Entre 2001 a 2004, trabalhou na nova versão do Sítio do Picapau Amarelo. A atriz voltou a atuar em telenovelas em 2005, quando viveu a Ofélia de Alma Gêmea.
Integrou o elenco de Sete Pecados (2007) e do remake da novela Ti-Ti-Ti (2010).
Em 2011, interpretou a Iná de A Vida da Gente. No ano seguinte, atuou em Salve Jorge. Em 2013, fez Joia Rara, e também I love Paraisópolis (2015). Em 2017, atuou na novela Pega Pega.
Em 2020, a atriz, que interpretou a protagonista Lola na versão de 1977 de Éramos Seis, pela TV Tupi, ganhou uma homenagem vivendo madre Joana, uma freira de um asilo em São Paulo. No local, ela encontra Lola, vivida por Gloria Pires. Com informações dos portais G1 e Memória Globo.