Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2019
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse neste sábado (23), em declarações à agência de notícias Efe, que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “não tem poder real”, “nem poder moral, só tem o poder da força bruta”.
Araújo garantiu que “a queda de Maduro é questão de tempo” e que espera que “os militares venezuelanos” compreendam “que devem apoiar” o presidente do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país em janeiro e foi reconhecido por cerca de 50 nações, entre elas o Brasil.
Ajuda humanitária
O chanceler acompanhava neste sábado o transporte de Boa Vista, capital de Roraima, até Pacaraima, cidade situada na própria linha fronteiriça com a Venezuela, de parte das 200 toneladas de ajuda humanitária do Brasil para o país vizinho.
“A Venezuela vive um momento de mudança irreversível”, disse à Efe o ministro, momentos antes de seguir rumo a Pacaraima, que fica a 220 quilômetros de Boa Vista.
No entanto, a passagem fronteiriça permanece fechada desde a última quinta-feira, quando Maduro decretou o bloqueio por tempo indeterminado da divisa entre os dois países. “A triste realidade que a Venezuela vive não se sustenta”, opinou Araújo.
Escolta
O governo de Jair Bolsonaro esclareceu na sexta-feira que a Polícia Rodoviária Federal e efetivos do exército apenas escoltarão os dois “caminhões venezuelanos, conduzidos por venezuelanos” que partiram neste sábado para a fronteira, e descartou uma “ação agressiva” contra o país vizinho.
O chanceler Ernesto Araújo esteve na sexta-feira na cidade de Cúcuta, na Colômbia, próxima da fronteira com a Venezuela, onde acompanhou o show “Venezuela Aid Live”, organizado pelo magnata britânico Richard Branson. Ali, o ministro se encontrou com Guaidó e com os presidentes de Colômbia, Iván Duque; Chile, Sebastián Piñera; e Paraguai, Mario Abdo Benítez.
Absoluta indignação
O chanceler disse que percebeu em Cúcuta que “há uma energia muito intensa, muita esperança e absoluta indignação” e garantiu que já existem planos internacionais para a “reconstrução da Venezuela”, em caso de derrocada do governo Maduro.
Além disso, Araújo expressou “uma tristeza muito grande” pelas duas pessoas que morreram e pelas 15 que ficaram feridas durante um enfrentamento ontem entre as forças armadas venezuelanas e integrantes de uma comunidade indígena no estado de Bolívar, que faz fronteira com o Brasil, segundo informaram deputados da oposição venezuelana.