Quando achávamos que tínhamos atingido o fundo do poço, aparecem 51 milhões de reais para zombarem da nossa cara. Parece que o Brasil não tem mais jeito. Para seguir em frente, porém, temos que pensar como podemos fazer um país melhor. Buscando a experiência de outros países, a redução da máquina pública parece ser boa alternativa.
Na década de 1980, a Nova Zelândia, entre outros problemas, tinha uma estrutura extremamente inchada, o que, além de gastos excessivos (aproximadamente 44% do PIB), gerava corrupção desenfreada. O governo que assumiu em 1984 conduziu uma reforma que reduziu em 66% o tamanho do Estado, passando o gasto do governo a representar apenas 27% do PIB. Para se ter uma ideia do que isso representou, o Ministério do Meio Ambiente passou de 17 mil para apenas 17 funcionários.
Ao contrário do que possa parecer, não houve eliminação de postos de trabalho, mas, sim, corte de trabalho desnecessário. O trabalho necessário continuou existindo, porém, sob a responsabilidade da iniciativa privada.
Muitas coisas que o governo brasileiro faz simplesmente não deveriam ser função do governo. Bancos, seguradoras, transportadoras, empresas de petróleo, etc. A venda desses ativos, além de aumentar a produtividade e reduzir o custo dos serviços, reduziria a influência dos políticos. Foi isso que a experiência neozelandesa demonstrou.
Se privatização causa calafrios em muitas pessoas, existem outras opções. Os legisladores têm um apetite enorme para regular todos os aspectos de nossas vidas – muitas vezes, por razões escusas (lobby). Assim, por que não reduzir a competência legislativa e deixar as pessoas com mais liberdade? Se eles são nossos representantes, devem fazer aquilo que dissermos para fazerem. Uma coisa é fato: independentemente do que fizermos, precisamos fazer. Ninguém aguenta mais!
Sillas B. Neves, é advogado e associado do IEE.