Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 5 de fevereiro de 2020
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Utilizar as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) é a maneira mais cara de fazer deslocamentos de autoridades e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é o campeão absoluto no abuso dessa regalia. O deputado já havia sido o mais assíduo em 2018 e elevou em 25% suas viagens ano passado, superando os voos somados dos dois ministros que mais viajaram na FAB: Osmar Terra (Cidadania) e Ernesto Araújo.
Usando a máquina
Em 2018, de olho na reeleição como deputado e na presidência, Maia fez 198 voos. Em 2019 foram 251 contra 113 de Terra e 104 de Araújo.
Pé no acelerador
Em janeiro, mês de recesso e sem trabalho, Maia fez 16 voos pela FAB. Pelo ritmo, o presidente da Câmara deve quebrar novo recorde.
Aumentou
No STF, o total de voos passou de 76 em 2018, quando Cármen Lúcia era presidente, para 91 em 2019, sob o comando de Dias Toffoli.
Diminuiu
As viagens do presidente do Senado caíram de 61 com Eunício Oliveira (MDB-CE) em 2018 para 53 de Davi Alcolumbre no ano passado.
Brecha da Anac permite cobrança de mala de mão
Recém-chegadas ao País, as empresas aéreas Norwegian e JetSmart, de “baixo custo”, dão um ótimo motivo para serem evitadas: admitem haver encontrado uma “brecha” malandra na Resolução nº 400 da “agência reguladora” Anac, e agora cobram pela bagagem de mão de até 10kg, antes gratuita. As empresas fixaram suas próprias medidas e só consideram mala mão a que cabe debaixo da cadeira. A serviço das empresas e não de quem lhes paga os salários, a Anac se omite.
Bagageiro pago
Além da brecha que permite cada empresa definir as dimensões da mala de mão, a Anac “esqueceu” de obrigar a gratuidade do bagageiro.
Que vergonha, Anac
Especialistas em direito do consumidor acham proposital a brecha da Anac, que abre caminho para as demais empresas fazerem o mesmo.
Está tudo dominado
Mostrando a quem serve, a Anac não vê nada de mais embuste. Em nota, diz que as empresas definem o tamanho da bagagem de mão.
Dá para reduzir imposto
Se quiserem, os governadores podem ajudar os cidadãos esfolados pelos impostos. Após diminuir despesas, o governador de Brasília, Ibaneis Rocha, reduziu o IPVA em 16% para carros e 20% para motos.
Que vergonha
Enquanto são elaboradas novas regras para uso de aviões da FAB no governo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, continua abusando delas: usou jato da FAB para fazer política em seu Estado, o Amapá.
Ramos manda bem
O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, elogiou nesta terça-feira (4) o trabalho do ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo) na articulação política: “Ele tem feito um trabalho estratégico muito importante, de conversas com as bancadas”.
Barbárie que choca
Dias depois da revelação de que a ditadura de Nicolás Maduro maltrata animais de estimação de presos políticos enquanto os tortura, uma missão da OEA foi impedida de entrar na Venezuela.
Sem surpresa
A Rádio Bandeirantes descobriu que é uma misteriosa offshore com sede no Panamá a dona do pátio de estacionamento de Diadema (SP), para onde carros apreendidos em blitzes são levados… e depenados.
Jair, o ‘mini Trump’
Assim como Donald Trump, Jair Bolsonaro tem imagem positiva na imigração americana. Ao dizer a profissão na aduana de Orlando, um jornalista brasileiro ouviu do funcionário que o presidente Bolsonaro, que tratou de “mini Trump”, também “faz um bom trabalho no Brasil”.
O melhor a fazer
Ao privatizar a gestão do estádio Mané Garrincha, e pelo prazo de 35 anos, o governo do Distrito Federal deu exemplo aos demais estados que não sabem o que fazer com seus estádios bilionários e deficitários.
Pé no freio
O mercado brasileiro de automóveis não começou 2020 muito bem. Em janeiro, foram emplacados 184.125 veículos no Brasil, 3,42% a menos que em janeiro de 2019, quando foram vendidos 190.640 unidades.
Pensando bem…
… melhor procurar agulha em palheiro do que manchetes sobre a conclusão da Polícia Federal isentando o senador Flávio Bolsonaro.
PODER SEM PUDOR
Ministro das Relações Públicas
Bem humorado e paciente, o então ministro de Relações Institucionais José Múcio era o responsável pela articulação do governo Lula com o Congresso. Nunca foi uma tarefa fácil, mas ele tentava azeitar a área visitando ao menos dois ministérios diariamente. Ao ser recebido certa vez por Marina Silva (Meio Ambiente), onde havia resistência a demandas de parlamentares, ele foi logo fazendo graça:
– Ministra, eu sou ministro do Bom Ambiente…
Conseguiu o que queria.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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